“O que você encontra no outro é a projeção da sua própria evolução”.
— RAM DASS? (1931-2019)
Essa frase costuma causar uma de três reações mais imediatas, todas de negação. A 1ª é a de rejeitar frontalmente, “não acredito nisso”, como uma demonstração de ausência de suficiente auto-observação, e também de orgulho de uma pretensa superioridade sobre os outros. A 2ª é a de aceitar parcialmente, “talvez seja assim” (em parte dos casos, ou em parte do tempo), uma dúvida que demonstra a falta de profundidade na observação dessa realidade, e a resistência ao aprofundamento. A 3ª é a mais “espiritual”, é aquela que aceita totalmente na superfície, “tenho consciência disso”, mas, na vida real, a atitude continua sendo de julgar e dividir, só que, agora, invisibilizada pela idéia de que há aceitação e compreensão.
E há também, claro, a aceitação legítima, naquele que aceita e estuda na sua realidade o relacionamento com o(s) outro(s).
O que encontramos no outro é a projeção da nossa própria evolução porque o nosso mundo parte de nós mesmos e é, assim, uma projeção nossa. Percebemos no outro o que percebemos em nós mesmos. E isso varia de acordo com nosso grau de evolução. No fundo, não importa tanto se estamos defronte a um grande jardim maravilhoso, se estivermos tristes ou irritados, teremos raiva do jardim ou fecharemos os olhos.
Mas o ego se baseia no contrário, por isso a resistência. A condição essencial que o ego constrói para si é que o mundo externo deve ser diferente do meu interno.
“Ninguém vê nada de verdade. Sö vê os próprios pensamentos projetados pra fora”.
Resistentes ou não, contemplemos.
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coemergência
amei