“A maioria de nós, na maior parte do tempo, está contente em cegamente patinar sobre o gelo fino, tomando a vida como certa. Escolhemos padrões ou estratégias de comportamento para tentar controlar nosso mundo – em parte, para nos ajudar a evitar o tremor de ansiedade em nosso âmago. Todos nós temos estratégias às quais temos familiaridade, como se esforçar mais ou procurar diversões. Usamo-las para patinar pela vida, esperando evitar ter que sentir medos que não queremos enfrentar – como os medos da perda de controle, do fracasso, de não ter valor, de ficar sozinho, e daí por diante. Raramente questionamos nossas estratégias; geralmente apenas as seguimos cegamente. Mas ao segui-las nós nos limitamos e definimos nossas fronteiras. e nossa vida se estreita para um senso de vaga insatisfação.
Temos que partir da premissa que realmente não nos conhecemos muito bem. Conhecer a nós mesmos envolve esclarecer todas as maneiras pelas quais somos controlados pela nossa mente auto-centrada. Isso significa que temos que descobrir nossas identidades e crenças mais básicas, observar nossas estratégias típicas de comportamento e talvez, mais importante de tudo, nos familiarizar com nossos medos.”
~ Ezra Bayda, em “The Authentic Life: Zen Wisdom for Living Free from Complacency and Fear” (Shambala)
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Foto de Ken_Lord (licença de uso BY-NC-SA, Creative Commons) (link)
Existe tradução do livro para Portugues?
Oi Ioannis,
Esse livro ainda não tem em português, na verdade nem em inglês, esse trecho acima foi liberado pela Shambhala justamente para divulgação. O livro (original em inglês) vai ser lançado no dia 8 de abril.
http://goo.gl/DL3ns5
ABS.
Nando, sua apresentação do autor e do assunto são muito importantes. Cadê vc?
Estou aqui, Vera. Realmente faltou, né?
Podemos conversar (fazer a apresentação) por aqui. Vamos tentar fazer, ver como fica.
O que você acha que faltou?
Um abraço,
Nando
senti falta de uma apresentação da autora, quem é e sua idéias principais e também uma contextualização para o assunto; por que vc escolheu publicar isso?
Um abraço
Vera
OK, Vera.
Já publicamos aqui um trecho escrito pelo Ezra (é um homem) antes, em 2011:
http://dharmalog.com/2011/05/24/as-3-coisas-que-mais-temos-medo-segundo-ezra-bayda/
O Ezra é um mestre Zen, praticante desde 1970, aluno de Charlotte Joko Beck, que vive e ensina no San Diego Zen Center, na California (EUA). Tem alguns livros escritos e o trecho acima é inédito da sua obra mais nova. Ele escreve com mais coloquialidade e menos tradição, o que ajuda muita gente – eu inclusive – a entender algumas idéias.
A escolha do texto às vezes não tem uma razão muito objetiva. Esse, além de ser um texto novo do Ezra, o que traz a possibilidade de ser uma percepção bem atual de um professor dedicado à Verdade, também tem uma espécie de sutil alerta para que nós continuemos descobrindo nossa mente auto-centrada – e especialmente nesse artigo ele questiona aqueles de nós que pensamos que já nos conhecemos o suficiente. Há termos com insatisfação, “esperando evitar” e outros que são ricos como sinais do nosso auto-centramento.
Particularmente achei interessante a comparação com o patinar sobre o gelo fino, porque nossas estratégias são frágeis, são uma ilusão pela qual patinamos como se estivéssemos bem certos da sua solidez. Mas patinamos confiantemente, porque queremos mesmo é patinar, achando que o chão é uma coisa que não é.
O que esse trecho te transmitiu? Antes de ter um pouco dessa pequena apresentação?
Um abraço,
Nando
Obrigada Nando pela sua resposta e atenção!
Patinamos no gelo e, como sabemos que é gelo fino e que pode de quebrar, estamos sempre inseguros e com medo.
namastê
Sim.Estamos patinando em gelo fino.Vivemos o risco de viver a todo momento.As estratégias são comuns e naturais, dado que é preciso continuar a viver.Simples assim.
Obrigada Nando!
Patinamos no gelo e, como sabemos que é fino e que pode se quebrar, estamos sempre inseguros e com medo…
namastê
vera
Que bom receber textos tão importantes! Sinto imensa gratidão por todos que estão proporcionando isto!!!