Notas sobre o modelo de sucesso pessoal de Osterwalder

Há uma semana publiquei aqui um interessante modelo de sucesso profissional e fiz uma observação pontual sobre sua eficácia. Depois de refletir um pouco, tenho mais 3 observações que considero importantes caso alguém queira adotar o modelo para suas próprias descobertas pessoais. Todas as três são relacionados ao círculo “o que se curte fazer”:

1) Às vezes não é simples distinguir o que se curte fazer do que há relevância para o âmbito profissional. Muita gente transforma hobby em profissão, mas qual hobby é realmente relevante e vale essa transformação? Quanto mais nova a pessoa, como, por exemplo, na sua idade anterior ao ingresso na universidade, mais tentador é apostar num hobby e abandonar uma carreira “convencional”.

2) Algumas pessoas ainda não experimentaram algumas das coisas que mais curtem fazer na vida. Ou por forças das circunstâncias (possibilidades financeiras, limites geográficos, culturais, imposição dos pais, etc) ou por não terem anos de vida suficientes para terem experimentado coisas variadas. Mas não é raro você encontrar pessoas que, assim que executam pela primeira vez uma determinada tarefa, sabem que querem fazer aquilo pro resto de suas vidas. Isso pode comprometer o círculo verde do gráfico.

3) Algumas pessoas conseguem passar a gostar de algo que não tinha apreço especial. Não é uma situação comum, mas muitas pessoas podem gostar do que fazem, da sua função num determinado grupo ou empresa, mas as condições podem atrapalhar tanto que elas não identificam seus atuais trabalhos como suas vocações verdadeiras. Um chefe autoritário, uma empresa em decadência, ausência de coaching, local de trabalho degradante… isso tudo pode esconder algo que você potencialmente curte fazer. Outras vezes, você parece não gostar de algo, mas assim que você aprende a fazer de verdade, de um jeito melhor, passa imediatamente a curtir e a querer evoluir e a servir naquela função.

Quando o assunto é carreira, trabalho e vocação, é sempre necessário reflexões mais aprofundadas e usar também a intuição, o senso interior que aponta onde devemos ir — mesmo que um gráfico aponte para outro lugar.

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