“Zen”, o filme sobre a história de vida de maior mestre zen japonês Dogen, na íntegra [VÍDEO]

Um dos maiores filósofos e nomes do Zen-Budismo que já existiu, fundador da Escola Zen Soto no Japão, Mestre Dogen (1200-1253) teve sua vida recontada num filme recente intitulado “Zen” (2009), de 2h07min – que segue abaixo, no original falando em japonês e mandarim, com legendas em espanhol. O trailer do filme pode ser visto no site oficial, em www.zen.sh.

Mestre Dogen foi autor, entre outros grandes ensinamentos, do celebrado Shōbōgenzō, ou “Tesouro do Olho do Dharma verdadeiro”, obra com 95 capítulos sobre a prática do zen e da iluminação. A obra possui uma tradução para o português feita pelo monge zen brasileiro Marcos Beltrão, também da escola Soto Zen (pode ser adquirido em versão digital aqui).

O filme remonta várias passagens importantes e conhecidas da vida de Dogen, e ainda que seja notavelmente difícil ter relatos exatos do século XI e também de reinterpretar momentos espiritualmente decisivos como os que Dogen viveu, há diálogos e ensinamentos em toda a obra. A história contém momentos como a morte da mãe de Dogen, logo no início, a alegoria da sua iluminação, as perseguições e o trabalho como mestre budista, entre outras passagens. Quem faz o papel de Dogen é o ator Kantarô Nakamura, desconhecido no Brasil e no cinema ocidental, mas irmão de Nakamura Shichinosuke II, que fez o personagem do imperador no filme “O Último Samurai“.

Segue o vídeo do filme na íntegra como está disponibilizado no YouTube, legendado em espanhol:

ATUALIZAÇÃO: Há uma versão do filme com legendas em português, veja aqui.

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14 Comments

  1. says: Norma

    Grata (sempre).
    Entrei no site do trailer. Que linda composição! Pelos cortes do trailer, merece que eu crie uma ocasião para assiti-lo, ‘saboreando’, rápido!
    Já no início do filme (morte da mãe, na infância), se sabe quem será o Heroi dessa Jornada. É sempre o desemparado (na 1ª Infância), o despojado, o que tem que enfrentar todos os ‘dragões’ sozinho, saindo pelo mundo à fora… até voltar ao seu rincão natal(viagem interior?)
    O que me levou a pensar: A gente ainda não consegue se livrar desse psiquismo, em nosso Planeta?
    (Heroi = a jornada começa, de modo geral, com a ‘criança abandonada’. E isso é relatado desde Contos de Fadas passando pelos dramas gregos.
    Parece que nós os terráqueos não acreditamos ainda (e nem todos) no fácil, no ‘já sabido’, na excelência nata ou sabedoria interior, a qual (essa última), só poderá ser alcançada e colhido os frutos após exaustivas tentativas e muiiiito sofrimento. Parece uma programação indelével. Que puxa!
    Se falei ‘bobagem’, relevem: É Carnaval!
    Fiquem Bem, Norma

    1. Também pensei isso quando vi, Norma, mas logo “despensei” depois. Acho que precisou, apenas quando criança, dessa motivação. Depois se desacoplou dela e passou a trilhar seu caminho com a pura intenção da verdade.

    2. says: Norma

      Vi o filme e retornei a alguns quadros para confirmar o meu entendimento. De negativo só o fato de ser 70% ambientado à noite. Isso posto, é um muito bom: para Budistas e Não Budistas. Grande Filosofia! A música é linda e tem uma flauta celestial. E tem Sakura!
      E um afago na Alma na cena final, quando as mãos de Dogen saem da posição da mudra, para simbolizar o Buda entre suas mãos.

      Nada sei do Zen, só muito superficialmente algo sobre Zazen e Gasshô do Mestre Dogen, porém me concentrei no filme e vi semelhaças com o que leio/estudei.
      +++++++++

      Sem spoil, mas quando o Dogen Sama reconheceu no Mestre Nyojo o professor que tanto buscava e, Mestre Nyojo em Dogen Sama o discípulo que tanto ansiava encontrar, não dá para não lembrar que:

      “Tudo que você busca, está a sua procura”.

      e aí, relaxei já ciente que o filme Zen me traria ‘certas alegrias’.
      ++++++++++

      No Japão do Sec. XIII surgiram grandes Mestres, todos dedicados à busca da Verdade, do Real Budismo: Dogen, Shiran Shonin (Terra Pura) e Nitiren Daishonin (Sutra de Lótus). Os três ensinaram o Budismo de forma meio diferente (ao vigente e entre si), com métodos distintos para o alcance da iluminação. Foi um período revolucionário para o Budismo.

      Todos sofrem perseguições, exílios e diversos sofrimentos, apesar do início de suas trajetórias terem sido diferentes.

      Logo identifiquei um princípio Budista: FÉ, PRÁTICA E ESTUDO.

      ( Nando: continuei acompanhada de pelo menos uma das características da “Jornada do Heroi”: a do “forasteiro que traz o novo” – que abala o ‘conhecimento’/Poder vigente)

      e Kamakura fervilhava (era a Roma local – para onde todos caminhos levavam – Shogunato. Sua Lua de Outuno era referência:

      Diálogo de Dogen e do Shogun Tokiyori usando a Lua como exemplo do Buda consubstancial e tb
      lembrei-me de um Gosho (de ND): “Caminho de Kamakura”, que trabalha a persistência – Itinen (Budista: não desista nunca!).

      ITINEN: que notei, presente em toda à vida do Mestre Dogen (e por justica, nas de outros, tb). A determinação, ou itinen, é algo que não pode faltar, pois é o que possibilita a transformação de toda as circunstâncias a nossa volta.

      Caminho Kamakura: “Por exemplo, a viagem de Kamakura a Quioto leva doze dias. Se viajar durante onze dias e parar antes de completar o décimo-segundo dia, como poderá admirar a lua da linda capital?” N.Daishon
      ++++++

      Longo enquadramento de um monte nevado. Trouxe-me por analogia o Monte Minobu – Cerimônia no Pico da Águia (Sakyamuni).
      ++++++

      Um outro Príncipio me ocorreu com a “rendição” ao fluxo da Natureza: ESHO FUNI (e que eu identifiquei no Mestre Dogen – espero que corretamente, porque foi uma caracterísitica dele que gostei bastante).

      O termo Esho Funi significa que a pessoa e seu ambiente são dois fenômenos independentes, porém unos em sua existência fundamental.

      Abaixo, uma versão moderna do Princípio:

      http://youtu.be/sjtnOWCopQE

      +++++++

      “Amei” o fato de Dogen, nos seus Desejos Finais, ter determinado que Orin (a mulher) fosse ordenada Budista. O que não era pouco para época.
      Creio que o fato deu-se por mérito pessoal de Orin (Fé, Prática e Estudo) e porque Dogen era quem era: vivia em retidão com seus princípios…

      3 Mentes: Mente Alegre, Mente Bondosa, Mente Universal. – Gostei da classificação vou procurar conhecer …

      Enfim, para mim, a msg é: A única maneira de se encontrar com Deus ou Buda é vibrar na mesma freqüência da energia que eles vibram.

      Em tempo – acho que cai bem:
      Prece Budista
      ” Que todos os seres sejam felizes,

      Estejam onde estiverem,
      Sejam fracos ou fortes.

      Altos baixos ou medianos,

      Pequenos ou grandes.

      Que todos, sem exceção,Sejam felizes,

      Seres visíveis ou invisíveis.
      Aqueles que moram perto ou longe.

      Aqueles que nasceram,
      e que ainda estão por nascer.
      Que todos os seres sejam felizes.”

      “Buda – Metta Sutta”

      Boa Sorte! Norma

  2. says: Norma

    Foi prematura a minha visão, reconheço.Sorry. MAS foi só sobre o início do trailer. Com certeza, um SER da envergadura do Dogen, logo, logo acharia trilhas alternativas para chega. Eu é que não soube me explicar: as dificuldade que relatam podem até não serem sentidas pelo Heroi. Não espelhar a visão daquele específico caminhante sobre o seu (próprio) caminhar. Ser somente um estilo aceito por uma maioria dos Contadores de Histórias, encontrada em todos os tempos e áreas: os cronistas do evento – desde da gravação ruspestre para posteridade, mostram qq bisão gigantesco em relação aos nossos avós ‘homens-palito’. (Aumenta a fera um pouquinho aí! Coloca mais 1/2 dúzia de dentes-de-sabre, em volta dele…). Sabe como é: tradição oral tem fator emoção, acrescida do ‘ouvir dizer’ – meu avô me contou…
    (continua pondo na conta do Carnaval…)
    Vou vê-lo (o filme completo) já antecipando o prazer. E se tiver ‘competência’, digo algo.
    Fique bem, Norma

  3. says: Gilson

    Assiti o filme e gostei. Senti muita paz ao me identificar com a busca sugerida por Dogen(… dependendo dos outros mata-se o Buda em seu interior…). A simplicidade do texto me levou a refletir sobre o que realmente é importante nessa nossa jornada terrena.
    Obrigado.
    Gilson

  4. no intervalo de um puja da tradição tibetana
    percebi 2 monges mencionarem sobre dozen
    e o outro enfatizou com carinho e estima:
    sim o mestre Dodô.

    fiquei anos aguardando saber mais
    este filme foi a culminância, que classifico
    de excelente. fiquei 2 hs sem tirar o olho da tela. RSSSS

    GRATIDÃO A TODOS. PAZ E LUZ

  5. says: julio

    Ainda meio às voltas com a inércia de que fui acometido, levantei hoje do útero astral e a primeira possibilidade de assistir este filme, muito bom, por sinal, ainda que no meu universo mental haja um vazio de vontade, que nem a parcimônia budista preenche.

    Há uma vaga lembrança da Mãe, sente-se uma falta irreparável e a criança insiste em se esconder enquanto o sol se levantando vai afastando as nuvens.

    Há um fio imponderável da continuidade como um gráfico de pequenos intervalos de responsabilidade e de abandono.

    No fim, só um sentir: ora num lacrimejar de efêmera alegria, ora em profunda mágoa de impotência ante o desconhecido.

    Mas o fio condutor mantém a lembrança da criação e Pai e Mãe originais se confrontam bem embaixo, num pequeno ser mental sem eixo definitivo, nem sentir sossegado.

    E então homem, quem és? Na paz vais lutando contra a inércia passiva que te prende à terra, ao útero da mãe, e até a lembrança do leite quentinho em tênue e remota memória te conforta, na ilusão de que votaste no tempo; ou em guerra quando nem sentes a dor das feridas que provocas e contrais,numa constante contradição entre ser e não,até que ao soar a tua hora – é o que prometem os Deuses – te fundirás contigo mesmo na face luminosa do Pai e Mãe originais, sem as ilusões das sombras onde vagas meio perdido à espera de um milagre de que a mentira se faça verdade.

    Mas não verdade nem há mentira: só um caminho por onde se adquires vestes que protegem e prendem, ensinam, mas no fim do caminho terás de te desnudar completamente.

    E então a ideia semente original – Pai e Mãe – mergulhada na ilusão, depois de muitos Kalpas, vestes,mortes e ressurreições e de cada pensamento e palavra num sem fim de idas e vindas, voltarás ao seio original, se te não perderes pelo caminho; e cada marca de pensamento e sentir de prazer e dor serão as faces lapidadas de tua alma. Mas, por enquanto, ensinam os Mestres, nem na metade do caminho chegaste.
    E então, já viste que a pedra deixou de ser pedra e agora em pedra outra vez te serve de calçada?

    1. says: norma

      No meio do Caminho havia uma Pedra. No meio da Pedra, um Caminho… Fique bem.
      _/\_Norma

      Lembrei-me da Poção Mágica:

      1 parte de sumo de limão + 7 partes de água + 1 parte de água onde foi espremida uma pimenta malagueta (*) + 1/2 parte de mel.
      ”Você sabe se alimentar?” (de Dr. Soleil, Ed. Paulus)

      É uma sensação suave de regulação da pressão arterial, clareza do olhar e regulador da pulsação cardíaca. Repito, # é uma sensação #.

      “Prepare para pessoas que você ama” – supondo serem + acessíveis Pisc*
      (*) Sugiro: abra a pimenta, tire as sementes. deixe as 2 partes de molho por 1/2 hr e utilize essa água saborizada. Nac♥

    2. Julio, a sequência inicial é astronomicamente impressionante. Imagine um filho vendo e ouvindo os questionamentos existenciais de uma mãe prestes a se ir.

      “Não sei a resposta”. (Dogen)

      “Aqui e agora é meu paraíso”. (a mãe)

      “Mas se aqui é o paraísp, por que temos que sofrer e não podemos escapar da morte?”. (a mãe)

      “Monju, quero que encontres uma forma de escapar a esse sofrimento. Tua mãe te esperará para sempre”. (a mãe).

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