Filósofo John Gray expõe trabalho de pesquisadores “anti-morte” do início do século 20

The Immortalization Commission (The Strange Quest to Cheat Death)” é um livro do filósofo e escritor inglês John Gray que explora as idéias e os trabalhos de cientistas e filósofos inclinados ao misticismo pela busca da imortalidade no final do século 19 e início do século 20. O livro tem duas partes: a primeira é “Cross-Correspondences“, que mostra a Victorian Society for Psychical Research (da qual faziam parte Carl Jung e Arthur Conan Doyle) e sua busca por evidências científicas da vida após a morte através da escrita dos médiuns; a segunda parte, “God-builders“, fala sobre um movimento russo na elite dos Bolsheviks (como Maxim Gorky) que acreditava que o socialismo poderia re-criar a humanidade sem as religiões antigas e abolir a morte. Um trecho do livro pode ser lido no preview do site da Amazon.

“The Immortalization Commission” levanta uma série de questões fascinantes sobre o que significa ser humano. A grande e terrível implicação das idéias de Darwin que a seleção natural faz dos homens animais como todos os outros, condenados a um dia desaparecer da face desinteressada do planeta. A resistência a seguir essa lógica e insistir em nossa imortalidade resultou em uma série de experimentos que chegam até os dias atuais, alguns deles devastaram países inteiros e alguns que geraram formas privadas de dor. As implicações do livro de Gray vão perseguir o leitor para o resto de suas vidas — e talvez além.”
~ Penguin Books

Segundo a resenhas do livro, a obra explora idéias, momentos e reuniões históricas realizadas com a presença ou a liderança de cientistas e estudiosos como Charles Darwin, Sigmund Freud e Henry Sidgwick. A lista de figuras importantes e influentes é ampla e se confunde entre os fatos e as referências que exploram o tema da vida após a morte, e inclui também William Butler Yeats, Ezra Pound, Aldous Huxley, André Breton, William James, H. G. Wells, John Ruskin, Madame Blavatsky, G. I. Gurdjieff, P. D. Ouspensky etc. Clancy Martin, professor de filosofia da Universidade de Missouri, diz em sua resenha no New York Times (“The Scientific Revolt Against Death“) que com todos esses relatos, encontros e propostas científicas históricas, “John Gray corre sério perigo de fazer a filosofia ser excitante e divertida de ler“.

Clancy termina sua crítica com uma sentença provocativa e, naturalmente, filosófica: “Se ‘god-builders’ contemporâneos — procurando se proteger da morte com algas verde-azuis, Bikram yoga e criogenia — são mais grosseiros e materialistas que aqueles da obra de John Gray, no fundo eles falham em apreciar o mesmo ponto: que a vida parece obter muito do seu significado do fato que ela termina“.

Você pode ver as críticas do livro feitas por três jornais abaixo:
+ The Observer (Guardian)
+ The New York Times
+ The Telegraph

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