Época – Os atentados de 11 de setembro mudaram mesmo o mundo?
Paulo Coelho – Mudaram. A gente assiste a um profundo avanço das trevas. O Mal luta contra o Mal, a intolerância cristã contra a islâmica. George W. Bush é o exemplo do neoconservadorismo americano e do fundamentalismo evangélico.
Época – Como você vê o papel dos evangélicos?
Paulo Coelho – O fundamentalismo cristão é autoritário. O avanço dos evangélicos vai fazer com que elejamos, em dez anos, uma versão tupiniquim de Bush. Essas pessoas que falam em nome de Jesus Cristo como um repressor não têm razão. Jesus bebia, convivia com o povo, transformava a água em vinho, e não o contrário.
Ele não é cientista político, mas está longe de ser um novato em cenário internacional, em cultura estrangeira e em… “intuição”. A possibilidade de termos um presidente assim realmente é um anúncio do “mal a pior” (toc-toc-toc). O problema do Bem, como diria o velho sábio, é que ele é sempre muito bonzinho.
Então a melhor defesa seria o ataque?
ai que medo!
faz sentido o que ele está dizendo. esses “pastores” têm muita influência sobre o povo.
ah, só que nem todos os evangélicos são esses evangélicos… há vários desdobramentos de igreja evangélica.
Não há uma regra fácil e simplista, Júlio. Há consciência, cada momento é único, cada evento é ímpar. Mas existe o ataque também, lógico. Se você SABE que está do lado do dharma, do universo, da vida (e que não promoverá pessoas ao “inferno”, rs), então por que preferir ficar de braços cruzados? Qqer atitude que você tomar, inclusive as que você NÃO tomar, vai sempre significar alguma coisa.
Garotinho ? Vixe !
É vero.
De mãos abanando é que não se pode ficar.
Não creio que o problema seja ter um presidente evangélico, católico, budista, islâmico, judaico ortodoxo, sufi, ateu ou jedi: o importante é que as religiões permaneçam separadas do estado.
Secularismo já!