Invisibilidade social – III

Invisibilidade social, a doença burguesa – III
Um exemplo que aconteceu comigo. Há uns dois anos, notei que sempre que eu visitava a casa de um parente, normalmente cumprimentava todos com abraços e beijos, menos a empregada (que ganhava via de regra apenas um “oi”). Coisa horrorosa. Passei a cumprimentá-la decentemente desde então. Ela adora e eu também. E as outras pessoas que entram na casa atrás de você se sentem impelidas a fazer o mesmo. E fica tudo em família. O ser humano tem essa mania de botar superioridade em tudo, onde a gente aprende isso, meu Deus? Temos que desaprender urgentemente, pq aqui é tudo a mesma família mesmo.

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12 Comments

  1. says: Giorgia

    Que bacana, Nando! Parabéns! Eu já tinha notado isso, mas nunca tomei uma iniciativa como a tua… Parece que as empregadas não são gente. Tão triste isso…Realmente, de nada adianta falar se não tomarmos alguma atitude concreta. Parabéns mesmo, do fundo do coração. Tu és uma pessoa realmente especial. :-)))

  2. says: nando

    Giorgia, pfff, não me faça rir. Especial aqui é você, todo mundo sabe disso. Até minha namorada, que foi lá no teu blog e adorou. Fala sério. :)

    Guacobay, meu amigo cowboy, qdo vamos fazer nossa guerra de bosta de vaca?

  3. says: Bia Badaud

    trudia um cara mais velho, batendo papo, disse: “precisamos tratar bem as pessoas de classe social inferior”
    pensei: óbvio, são seres humanos como qualquer outro.
    mas ele continuou:
    “sim, porque são eles que quebram o nosso galho! manobram o nosso carro, trazem a comida, dizem onde estão as chaves. se eles resolverem te boicotar, você tá ferrado!”
    fiquei olhando ele de queixo caído.
    o motivo é torpe, mas pelo menos ele trata bem as pessoas.
    (aliás, a propósito deste assunto, tenho uma teoria, longamente descrita em algum lugar lá no blog – isso de as pessoas estarem todas no mesmo barco, por aqui, apenas em estágios diferentes de aprendizado (porque obviamente quem não tem que aprender nada nem está mais por aqui, acho) – sendo que uma faxineira pode muito bem estar classes e classes à frente de um doutor; estes critérios são sutilíssimos, e geralmente invisíveis a olho nu, donde a imensa burrice da arrogância em geral. estamos todos, aqui, na mesma canoa, todos aprendendo alguma coisa. e seguramente mais vale um ascensorista honesto que um doutor corrupto. e chega que já falei demais, heh).
    bjs!

  4. says: nando

    Caiu meu queixo aqui tb. Bia, tua teoria não é teoria coisa nenhuma, é simplesmente a verdade. Não tem como matematicamente nem filosoficamente nem cientificamente nem logicamente chegar a uma visão diferente, pq é assim mesmo. Mesmo se você tiver uma visão cética ateísta anti-reincarnação você chega nesse mesmo resultado. Há estágios diferentes. Há missões diferentes. Por isso há visões e atitudes diferentes. Pessoas diferentes (mas NOTE: nada de superior ou inferior). O que não nos impede de buscar a harmonia, que é uma espécie de *missão comum* de todos. Quem não tem mais nada o que aprender aqui pode escolher ficar aqui pra ajudar. Né, Dalai Lama?

  5. says: guacobey

    sendo que uma faxineira pode muito bem estar classes e classes à frente de um doutor
    —————–
    certíssimo!!
    um grande mestre da tradição zen era analfa e se iluminou cozinhando pros monges mais ‘elevados’

    há um grande monge católico, tb analfabeto, se iluminou & levitou enquanto varria a nave da igreja

    o comum entre estes e outros casos é ‘dar-se ao próximo’ melhor que ‘servir’ é o ‘dar-se’ ao próximo…

    o segredo, sinto cá, está em buscar a REALIZAÇÃO e não EVOLUÇÃO (melhoramento) de seu SER… afinal, os grandes mestres já ensinaram, NÃO EXISTE EVOLUÇÃO, SÓ REALIZAÇÃO.

    realizemo-nos na alegria do Criador, então! ;)

  6. says: guacobey

    Quem não tem mais nada o que aprender aqui pode escolher ficar aqui pra ajudar. Né, Dalai Lama?
    ——————–
    os verdadeiros heróis em todas tradições, mitos &afins são assim: os q vão, completam suas missões, mas por opção retornam pra guiar nóis cá da massa falida… :)

    apaguemos o medo, vistamos a luz
    amém.
    guaco bey – el cuervo rey

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