“Essa demanda por mais e mais experiências mostra a pobreza interior do ser humano. Pensamos que por meio de experiências podemos escapar de nós mesmos, mas essas experiências são condicionadas pelo que somos. Se a mente for mesquinha, ciumenta, ansiosa, essa experiência pode tomar a forma da droga mais recente, mas ainda verá apenas sua própria pequena criação, suas próprias pequenas projeções da sua própria mente condicionada.
(…) Ter grande satisfação é um grande prazer; quanto mais duradoura, profunda e ampla a experiência, mais prazerosa ela é, então o prazer dita a forma de experiência que exigimos, e o prazer é a medida pela qual medimos a experiência. Qualquer coisa mensurável está dentro dos limites do pensamento e é capaz de criar ilusão.
Você pode ter experiências maravilhosas e ainda assim estar completamente iludido.
Você inevitavelmente verá visões de acordo com seu condicionamento; você verá Cristo ou Buda ou quem quer que você acredite, e quanto maior for sua crença, mais fortes serão suas visões, as projeções de suas próprias demandas e desejos.
Então, se ao buscar algo fundamental, como o que é verdade, o prazer é a medida, você já projetou o que essa experiência será e, portanto, ela não é mais válida.”
// JIDDU KRISHNAMURTI
Muitas reflexões fortes nesse trecho, especialmente sobre a sede por experiências de prazer, e a potência ilusória dessa sede.
Nossa época pode ser definida como uma tempestade de demanda e oferta de experiências. Em parte, porque há uma indústria mastodôntica de entretenimento e consumo de experiências. Em outra parte, porque temos experiências ruins de vida, como emprego, saúde, insuficiência financeira, status, educação etc, e queremos compensação em experiências de prazer. E, por fim, porque não sabemos que há qualquer coisa diferente para nos satisfazer.
Quer dizer, alguns de nós sabem (embora continuem na mesma demanda). Esse tipo de olhar espaçoso e profundo que Krishnamurti propõe aqui é uma das travessias necessárias no caminho do autoconhecimento, que é isso que está além da demanda por experiências.
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Não concordo mesmo nada! As experiências fazem parte da vida , enriquecem na, trazem sabedoria, experiência entre muitas outras coisas boas. A questão é, a pobreza ou a riqueza interior do ser humano é que dita quais as experiências que escolhe.
“Você pode ter experiências maravilhosas e mesmo assim estar completamente iludido”. Perfeito!!! Vivemos uma época de excessos. E iludidos que isso pode realmente nos preencher…
Quantos valiosos ensinamentos nessas linhas.?
???
???? profundo
Parafraseando Krishnamurti, a demanda por mais e mais experiências (mais do mesmo), mostra um defit de autoconhecimento. Qualidade e profundidade é oq há de bonito ao meu sentir, e como diz o Milton, ‘é preciso ter força, é preciso ter raça’, disposição e comprometimento