Lembro de Dzongsar Khyentse Rinpoche dizendo que “nosso principal problema (huma

Lembro de Dzongsar Khyentse Rinpoche dizendo que “nosso principal problema (humano espiritual) é a distração”. A saturação é distração vazando por todos os lados. Quantidade, superficialidade e velocidade de consumo são também irmãs gêmeas da distração.

A saturação das frases espirituais, e dos conteúdos espirituais em gerais (ao menos nas redes sociais de formatos curtos) é de natureza e característica diferente da saturação de outros conteúdos, como memes, humor e notícias. Os (bons) conteúdos espirituais tem alto potencial de mexer com nossos conceitos e entendimentos da vida, tem grande probabilidade de nos tocar e provocar uma busca de compreensão profunda, e isso nos afeta e demanda um espaço, uma reflexão, uma elaboração. Sem isso, nosso estado mental pode ficar mais confuso e perturbado do que esclarecido e orientado. Nossa orientação pode ficar nebulosa.

Que a gente possa ter sobriedade, discernimento e tempo para aquilo que consideramos necessário. E menos displicentes que nossas necessidades mentais e emocionais.

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14 Comments

  1. says: Lene Saldanha

    “Era só isso que eu queria falar”. Só? ??? perfeita reflexão. Acredito que saber navegar é o princípio de tudo. Se sabemos para onde devemos ir, apontamos o leme na direção certa. Existe um excesso dessas frases. E tudo ok. Todo mundo fazendo o seu. Mas quem consome não pode desejar consumir tudo. Não tem como. Não é humano. Saber selecionar, saber deixar pra lá, saber pegar e ficar, saber navegar…O barco é nosso. As frases só vão caber dentro da nossa viagem. Dentro do nosso estado de espírito da viagem. O problema maior que sinto é que nosso consumo espiritual está se perdendo no meio do nosso consumo de informações generalizadas. Tudo num balaio só… E o que parecia democrático, mais gente tendo acesso aos grandes ensinamentos, virou uma divulgação de ” mais um ensinamento”… pano pra manga esse tema, hein, Nando.

  2. says: Maria Terêsa Borges

    Esse é um dos entraves que nos paralisa. Como saber o que é que nos toca e é relevante para parar e refletir sobre ? Aprofundar … Parece estranho mas a insegurança bate a porta. O caminho espiritual tem muitas vertentes e hoje jorram pelas mídias. Acabamos sendo jogados no Sansara espiritual. E lá vamos nos correndo sem destino…. De novo … perdidos de novo…

  3. says: ?Sukha?

    Desde 2015 que sigo páginas espirituais e nunca me deparei com esse problema. Nunca senti isso pelo contrário aprendi imensooo. Uma vez não entendi uma frase e coloquei-a junto da minha cama e sem qualquer pressão apenas deixando fluir chegou o dia em que li a frase e finalmente entendi. Acho que um grande problema é a própria espiritualidade estar cheia de crenças limitantes. E as pessoas acreditarem em tudo o que lêm só porque foi um mestre espiritual que disse. Dei por mim a discordar de Osho duas vezes nestes últimos tempos. Importante encontrarmos a nossa verdade para termos capacidade de filtrar.

  4. says: Daniela Fregonese

    Isso me fez lembrar um dos passos da Grande Viagem com a definição de ego do Alejandro Jodorowsky e seus comentários, Nando, nos alertando a perceber os movimentos deturpadores do ego. Realmente temos, em algum grau, essa obsessão, que é acumular informações. O que é bem diferente de sabedoria.
    Percebendo nossa tendência em acumular rapidamente conhecimento, falsos gurus se aproveitam e vendem conteúdos para serem “consumidos”, doses superficiais e estímulo apenas para produção de dopamina e fortalecimento do ego que quer parecer ser.
    Então escraviza, como você apontou, ao invés de libertar.
    É preciso que se faça um elogio à Grande Viagem: o fato de ser estruturada em passos, que correspondem a núcleos temáticos fundamentais do autoconhecimento e desenvolvimento espiritual, abordados de forma abrangente e com profundidade, ela propicia de fato um aprofundamento. É preciso receber conteúdo e contemplar… ler, ouvir, contemplar. Tempo, calma, serenidade. Seguimos!

  5. says: Daniela Fregonese

    E me remete a outras reflexões!Como Baghavad Gita (41,42 e 43): “neste ramo da ciência, só há um objeto em que a mente pode concentrar-se com segurança, muito ao contrário de outros campos de esforço mental, cheios de múltiplos Ramos, numerosos caminhos e divergentes fins…”

  6. says: Juliana Ambrozzi

    Estou tendo que refletir, parar e respirar muuuuuitas vezes. ?? Chega a ser cansativo. É preciso estar atento e forte!! Já dizia Gal Costa! ??

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