“A compreensão de que você realmente precisa abrir seu caminho por conta própria nessa selva de caos samsárico pode ser um choque, mas esse choque pode ser apropriado e benéfico. Se você não tem nenhuma compreensão dessa qualidade do caminho e, em vez disso, sente que as bênçãos cairão sobre você de algum jeito desconhecido, não faz sentido ter um caminho. O caminho não seria uma jornada. Em vez disso, seria como simplesmente comprar sua passagem, fazer o check-in, depositar sua bagagem e conseguir seu assento; depois sentar e ficar entediado; e finalmente alguém anunciando que você já está no final da viagem para poder descer do transporte. Nessa idéia, há uma sensação de estar sendo enganado. Não há nenhum desenvolvimento acontecendo. O caminho é projetado tanto para eliminar obstáculos quanto para desenvolver qualidades específicas. É um trabalho muito difícil.”
// CHOGYAM TRUNGPA RINPOCHE (em “The Path of Individual Liberation”)
Como diz a poeta June Jordan, “nós somos aqueles que nós estávamos esperando”.
Sob a ótica do autoconhecimento, e sob essa visão de Chogyam Trungpa acima, cada um de nós é o curador, o salvador e o iluminador de si mesmo. Nós temos que fazer o trabalho com nossa própria mente e nosso próprio ser, e é esse trabalho que irá abrir o caminho até uma satisfação espiritual completa, digamos assim (talvez seja uma tradução melhor para “salvação”, que me parece um termo muito religioso ocidental).
Esse trabalho é como uma fisioterapia ótica. Enquanto não fizermos, nossos olhos continuarão a ver esse mundo distorcido e opaco. Incompreensível.
Em alguns casos é necessário algum tipo de cirurgia ocular. Mas o ponto é que, são seus olhos, é sua visão. Pode ter sido embassada pela cultura, distorcida pela sociedade, deturpada de mil maneiras, mas os olhos continuam a ser seus e precisam que você os recupere e os desenvolva para ver claramente, nitidamente.
Só que não são os olhos, é a mente.
Presença, amor, entrega, questionamento, consciência, e tudo isso que falamos sobre autoconhecimento é para isso, para a mente conseguir entrar no caminho e escapar da confusão da visão turva, e despertar.
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Exato! ??????
“Nos somos aqueles que nos estávamos esperando” June Jordan ????
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Perfeito! ????
“… nesta selva de caos samsárico”… pois é, como areia movediça… escapulir disso exige desconstrução total do “joguinho” particular que criamos para ser pessoa nesse mundo. não pode restar nada: nenhum conceito, nenhuma crença, nenhuma opinião, nenhum sentimento, nenhuma sensação, nenhum pensamento “PESSOAIS”… é osso duro de roer… sim ou não?
Maravilhoso texto. Não faria sentido ” comprar a passagem” e esperar o destino final. ????
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