“O Buda diz que, idealmente, você quer transformar sua mente em algo tipo um gongo quebrado”

“O Buda diz que, idealmente, você quer transformar sua mente em algo tipo um gongo quebrado. As pessoas podem bater nele, mas ele não reverbera”.
// THANISSARO BHIKKHU (via Trcycle)

O propósito de ser um gongo quebrado é não estender o sofrimento, não adicionar nada à qualquer experiência. Nenhuma conclusão sobre o que o outro falou. Nenhuma crítica ou acusação interna (em nossa própria mente). É uma instrução de não dar seguimento. Receber sem reagir internamente.

Geralmente isso se refere à parte do estado de presença que instrui a fazê-lo “sem julgamentos”. Você está presente, você ouve o som, mas não julga nem se lança a nenhuma “fabricação mental”. 

Thanissaro explica que essa é uma das recomendações do Buda para lidar com palavras desagradáveis. 

“Diga a si mesmo, “um som desagradável fez contato com meu ouvido. Quando o som acabar, quando o contato acabar, está acabado”. Qualquer coisa além disso, qualquer comentário interno, é sua própria amplificação, sua própria adição ao sofrimento inicial, que pode não ter sido nada demais no fim das contas. Ou pode ter sido bem forte, mas você amplifica ainda mais, tornando-o ainda maior do que teria que ser”.

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Uma observação: não reverberar internamente não é para ser confundido como uma “vingança perfeita”. Esse não é o propósito nem a essência de ser o gongo. Não estamos querendo “vencer” aquela pessoa chata ou insuportável. A ausência de reverberação é interna, não uma tática externa (enquanto internamente mantemos um comentário sarcástico aos outros). Estamos querendo não reverberar em nós mesmos, genuinamente, para não sermos autômatos inconscientes, para conhecermos o processo do nosso próprio sofrimento, nossos condicionamentos, acusações, comentários.etc. E como podemos salvar nossa mente de ficar criando um experiência miserável em cada som.

“Nossos comentários sobre a dor são geralmente mais insuportáveis do que a própria dor”.

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4 Comments

  1. says: Débora Martins

    Entrei em contato com esse ensinamento por meio da Pema Chodron. Acho bastante desafiador, mas quebra muitos padrões de hábitos arraigados. Não responder mentalmente, não seguir o fluxo dos pensamentos que se formam, parar a formação antes q seja tarde demais e vc ser fisgado por um drama sem fim ?

  2. says: Lene Saldanha

    Ficar preso na dor é pior que a própria dor. A dor até passa, mas o enredo sem fim fica ali reverberando. Muito boa a explicação de não confundir com “vingança “. , com o famoso ” tô nem aí ” ou mesmo com o desejo secreto de ferir o outro com a indiferença. As armadilhas que o ego procura nas ” brechas” que ele vê dos ensinamentos. Se doeu, doeu. Fiquemos com a dor. Mas não é preciso alimentá-la como um animal de estimação. Profundo o post…????

  3. says: KatiaShalaYogaSurya

    Precisamos acolher e ressignificar, pra que possamos transformar dor em amor???, acredito nisso. Obrigada Nando, mais um post profundo…

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