QUANDO VOCÊ ESTIVER FALSIFICANDO A PRÁTICA “Vai acontecer de algumas vezes, por

QUANDO VOCÊ ESTIVER FALSIFICANDO A PRÁTICA

“Vai acontecer de algumas vezes, por exemplo,
você sentir que está falsificando.
Embora você tente fortemente
praticar de forma genuína,
não vai sentir que está sendo assim.
E nas raras ocasiões em que
você sentir que é autêntica,
a sensação vai embora
quase antes de começar.
Então, tente estar contente
com sua prática,
com qualquer sentimento que tenha,
mesmo quando você estiver fazendo
pouco mais de que uma mera hipocrisia,
porque pelo menos você está se empenhando”.
– DZONGSAR KHYENTSE RINPOCHE (em “Não É Para A Felicidade”)

Há uma instrução antiga que transmito na Mentoria de Meditação´que é quase o exato oposto desta. É um ensinamento do mestre Shantideva, que diz que se a prática tiver sendo feita por anos mas com a cabeça em outro lugar, ela será irrelevante.

Paradoxalmente, acho que as duas coisas são possíveis. Mas devemos refletir com cuidado como ambas podem ser válidas (e não usar isso como desculpa para qualquer coisa). Por um lado, realmente não vamos a lugar nenhum sentando e viajando na maionese sem um pingo de consciência o tempo todo. Mas há uma coisa que podemos aprender e amadurecer com práticas distraídas e indolentes: é a não praticar assim. É aprender com o que não funciona. Até isso pode custar um certo tempo, várias práticas e muitas frustrações. Após um tempo praticando desse jeito, é possível que algo apareça, como a consciência do tempo perdido, o despertar para o desperdício da própria vida, o chamado por um empenho maior.

Uma das coisas que mais aprecio nessa mensagem de Dzongsar Khyentse Rinpoche é a resiliência, a determinação de praticar não importa o que aconteça. É o compromisso de longo prazo. Se a prática tem algum valor e transforma algo, certamente passar por esse inevitável compromisso.

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Foto: @siddharthasintent ?

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6 Comments

  1. says: Victor Franco

    faces inevitáveis da mesma moeda. busca espiritual, darma, em certo sentido, sempre oscilam. sentir a falsificação também talvez já não seja falsificação, e sim prática.

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