“Deve-se encontrar a fonte imaculada dentro de si mesmo. Todo o resto era busca, um desvio, um erro.”
– HERMAN HESSE (em “Siddharta”)
Esse trecho está no início do famoso livro de Hesse, “Siddhartha”, em que está sendo apresentada a busca de Siddharta em contraste com a percepção de que seu pai, mesmo sendo um brâmane, continuava a buscar e a buscar e a fazer inúmeros práticas de limpeza espiritual, discussões, leituras, etc, sem no entanto ter encontrado o Atman (a fonte imaculada) em si mesmo. “Mesmo ele, um homem que sabia tanto, vivia ele em graça? tinha ele paz? não era ele apenas um homem em busca, um homem com sede?”.
O trecho contém um paradoxo comum no caminho do autoconhecimento, pois ela começa com “deve-se encontrar” e depois assemelha a busca a um erro. Como se pode encontrar sem buscar? Só se já tiver achado sem procurar. Isso não é possível. Ainda que, de fato, não esteja em nenhum outro lugar fora de si mesmo, há que se empreender alguma prática, alguma busca, algum questionamento, que quebre a ilusão.
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