“Os místicos e os sábios estão loucos? Porque todos eles contam variações da mesma história, não é? A história de acordar uma certa manhã e descobrir que você é Um com o Todo, de uma maneira sem tempo, eterna e infinita. Sim, talvez eles estejam loucos, esses tolos divinos. Talvez sejam idiotas balbuciando na face do Abismo. Talvez precisem de um bom e compreensivo terapeuta. Sim, tenho certeza que ajudaria. Mas, então, me pergunto. Talvez a sequência evolucionária realmente seja da matéria para o corpo para a mente para a alma para o espírito, cada um transcendendo e incluindo, cada um com uma profundidade maior e com uma consciência maior e uma abrangência mais ampla. E nos alcances mais altos da evolução, talvez, apenas talvez, a consciência individual toque de fato o infinito – a abrangência total do Cosmos – uma consciência Cósmica que é o Espírito desperto para sua própria natureza. É no mínimo plausível. E, me diga: é essa história, cantada pelos místicos e sábios pelo mundo afora, em qualquer sentido mais louca do que a história do materialismo científico, que é aquela em que a sequência inteira é uma fábula contada por um idiota, cheia de som e fúria, significando absolutamente nada? Escute muito cuidadosamente: qual dessas duas histórias realmente soa totalmente insana?
~ Ken Wilber, em “A Brief Story of Everything” (1996)
Ken Wilber: “Sim, talvez os sábios e místicos estejam loucos, idiotas balbuciando na face do Abismo”
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“Tudo o que você pode descrever sobre si mesmo não é você mesmo.”
Ken Wilber (O Einstein da Consciência)
Só para conhecer mais e o melhor o ‘elefante’ (rs):
http://papodehomem.com.br/ken-wilber-entrevista-brasileira-parte-2/
e
http://www.ariray.com.br/quemehken.htm
No Saindo da Matrix tem uma tradução do: Doença e Karma (2006)
e de Ausência do Ego (One Taste) e por achar bonito o trecho abaixo e gostaria de compartilhar:
quote
“O sábio completo, o sábio não-dual está aqui para mostrar-nos o contrário. Geralmente conhecidos como “tântricos”, estes sábios insistem em transcender a vida, vivendo-a. Insistem em procurar libertação no envolvimento, encontrando o nirvana no meio do samsara, encontrando a liberação total pela completa imersão. Passam com consciência pelos nove círculos do inferno, certos de que em nenhum outro lugar encontrarão os nove círculos do céu. Nada lhes é estranho porque nada existe que não seja Um Sabor.
Na verdade, o segredo consiste em estar inteiramente à vontade no corpo e com seus desejos, com a mente e suas idéias, com o espírito e sua luz. Assumi-los inteiramente, plenamente, simultaneamente, uma vez que todos são igualmente manifestações do Um e Único Sabor. Vivenciar a paixão e vê-la funcionar; penetrar nas idéias e acompanhar seu brilho; ser absorvido pelo Espírito e despertar para a glória que o tempo esqueceu de nomear. Corpo, mente e espírito, totalmente contidos, igualmente contidos, na consciência eterna que é a essência de todo o espetáculo.
Na quietude da noite, a Deusa sussurra. Na luminosidade do dia, Deus amado brada. A vida pulsa, a mente imagina, as emoções ondulam, os pensamentos vagam. O que são todas estas coisas senão movimentos sem fim do Um Sabor, eternamente jogando com suas próprias manifestações, sussurrando mansamente a quem quiser ouvir: isto não é você mesmo? Quando o trovão ruge, você não ouve o seu Eu? Quando irrompe o raio, você não vê o seu Eu? Quando as nuvens deslizam mansamente no céu, não é o seu próprio Ser ilimitado que está acenando para você?
unquote
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A pergunta feita ‘cheira’ à prova surpresa. O Dharmalog caprichou para uma 2a.-feira. ;)
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Do degrau (aki embaixo) onde estou, parece-me que ambas são sãs, ou a ciência está se tornando, quando se verifica o pensamento do Biólogo B.Lipton, a turma do Instituto Heart-Math* e outros tantos cientistas mencionando fontes consideradas essencialmente místicas, como a explicação hinduísta para a criação do mundo, vejo ambas se ajustando. Vejo a ciência (“talvez, apenas talvez”) encontrando trilhas já demarcadas pelos loucos sábios e místicos.
E, ao mesmo tempo que escrevi o comentário, lembrei-me do
ITINEN SANZEN — sistema filosófico apresentado pelo Mestre Tient’ai (538–597), da China, em sua obra Maka Shikan (Grande Concentração e Discernimento), e que é um dos mais importantes conceitos budistas.
Literalmente, itinen significa “uma mente”, “um momento da vida” ou “essência da vida”, e sanzen quer dizer “três mil” ou “o fenômeno que a vida manifesta”.
A expressão “três mil” é uma integração dos Dez Mundos ou Dez Estados da Vida e SUA POSSESSÃO MÚTUA, dos Dez Fatores e dos Três Domínios da Individualização. Esses valores multiplicados (10 x 10 x 10 x 3) resultam em três mil.
É complexo sim, mas nesse exato momento (p/mim – independente do que o Sr. K.Wilber possa pensar – rs.) TUDO junto e misturado está fazendo o MAIOR sentido. Amanhã? A ver….
Um abração à turma do Dharmalog que me permitiu o exercício de pensar, em pleno início da semana. (Nossa! Está mais longo que o post. Fui…) Grata.
Boa tarde para todos!
De memória vou colocar Fernando Pessoa neste debate:
“NINGUÉM JAMAIS SE PERDEU
TUDO É VERDADE E CAMINHO”
A partir destes versos de extrema amorosidade em relação a condição humana, externo o que me vem ao coração:
Que a sensibilidade do poeta, que não é oposta á lucidez deste filosofo (ela é, na verdade, complementar)amenize a nossa jornada.
Também estou grata pela reflexão!
Qualquer coisa gerada pelo humano é insana, de alguma forma ou em algum momento.
Matéria parte visível, se não acredita-se no invisível a ciência não teria feito descobertas, primeiro deduze-se imagina-se e o concreto surge.Não vejo o vento e ele existe.