Ver o sagrado em tudo que nos rodeia depende do nível de consciência, segundo Jodorowsky

“A pessoa, quando chega a um nível de consciência adequado, sente o sagrado em tudo o que a rodeia, e o mundo assim passar a fazer sentido”.
// ALEJANDRO JODOROWSKY

E o contrário é igualmente verdadeiro: sem consciência suficiente, a pessoa não sente o sagrado nas coisas, não enxerga a dignidade e o brilho de tudo, e assim fica perturbada, insatisfeita, isolada, cinza. As coisas ao redor passam a ser divididas em tolas e respeitáveis, em repulsivas e agradáveis, em sagradas e profanas.

Note que ele fala nível de consciência “adequado”, ou seja, é o nível que é saudável, que é apropriado.

Penso que “sentir o sagrado” também é uma expressão desafiadora para a maioria de nós. Alguns talvez pensem que é louvar cegamente algo com alguma fé religiosa ou alguma esperança bondosa, mas não tem nada a ver com isso. “Sentir” aí significa “ver” ou “perceber de fato” esse sagrado. Se você vê e percebe, sem necessidade de fé ou crença ou positividade tóxica nenhuma, então há esse sentir verdadeiro, que tudo é sagrado.

Como quando a gente percebe que estar vivo é algo muito precioso, inexplicavelmente precioso. Quando isso acontece, não é uma fé nem esperança, é uma percepção verdadeira.

Isso nos leva a perguntar o que seria algo “sagrado”? A etimologia compara essa palavra à santo, divino, puro. Mas sagrado não é algo bíblico ou (só) dos deuses, é algo que pertence a nós e a essa realidade. Geralmente nós podemos ver apenas algumas coisas como sagradas, admiráveis, nobres ou supremas. Mas quando há consciência suficiente, tudo se torna igual a essas poucas coisas que antes limitávamos à nossa noção de sagrado. E aí vemos e sentimos “em tudo o que nos rodeia”.

Em tudo o que nos rodeia.

Olhemos em volta.

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11 Comments

  1. says: Maria Terêsa Borges

    O sagrado começa quando você abre os olhos pela manhã. O primeiro milagre se faz, você está vivo girando numa pedra no cosmo infinito e tudo mais só depende de você; então vá

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