“Meditação é confrontar o que aparece, não seguir informações, instruções e idéi

“Meditação é confrontar o que aparece, não seguir informações, instruções e idéias”.
// TARTHANG TULKU (em “Footsteps on the Diamond Path”)

Essa é um precioso esclarecimento sobre a prática da meditação. Podemos nos lembrar dele da próxima vez que formos para a almofada, nos sentar para praticar. 

Sentar e confrontar o que aparece. Aqui confronto está mais no sentido de encontrar face a face (isso que aparece) do que entrar em conflito, chocar-se ou antagonizar de alguma maneira.

Vejamos o que mais podemos compreender nesse ensinamento:

– Quando está dito “o que aparece” podemos ver que a postura de abertura a que nos propomos é tão ampla que é possível receber e perceber absolutamente qualquer coisa que apareça (ou seja, estamos realmente dando espaço para tudo aparecer);

– Igualmente estamos nos colocando livres de julgamentos e triagens de pensamento (não estamos selecionando o que aparece), pois podemos confrontar tudo que aparece;

– A atenção está colocada em aceitarmos e nos conscientizarmos dos movimentos da mente, e não em ficar seguindo instruções ou ideais;

– Se há instruções ou informações (geralmente há,né), elas devem funcionar e confluir para confrontar o que aparece;

– Confrontar mostra que estamos nos propondo a não nos envolvermos com o que aparece, mas olharmos como um “objeto”, criando assim uma distância que permite maior visão, sem sermos tomados pela identificação, desejo ou qualquer outra inconsciência;

– Isso é praticamente um convite ao relaxamento total consciente, pois se não temos que nos preparar para nada que vai aparecer e podemos acolher tudo, podemos finalmente relaxar até o último fio de cabelo, e se estamos conscientes, podemos ver tudo que aparece.

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ps: Lembrando que Tarthang Tulku é um mestre budista tibetano, e assim instrui de acordo com essa escola de sabedoria. Outras tradições podem ter instruções diferentes, ainda que muitos desses trajetos levem ao mesmo destino.

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2 Comments

  1. says: daniel

    Que otimo ! Se me permite uma questão.
    Quando percebo que estou pensando muito… como uma obsessão um desgaste ou mesmo observo a maneira como estou me comportando mesmo que sem julgamentos. Posso considerar que essa auto análise seja um estado meditativo, desperto, consciente?

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