“Auto-conhecimento não é de acordo com qualquer psicólogo, livro ou filósofo, ma

“Auto-conhecimento não é de acordo com qualquer psicólogo, livro ou filósofo, mas é conhecer a si mesmo como se é momento a momento. Conhecer a si mesmo é observar o que se pensa, sente, não apenas superficialmente, mas ser profundamente consciente do “que é” sem condenação, sem julgamento, sem avaliação e sem comparação. Tente fazer isso e você verá quão extraordinariamente difíciil é para uma mente que tem sido treinado por séculos a comparar, condenar, julgar e avaliar, a parar todo esse processo e simplesmente observar “o que é”. A menos que isso aconteça, não apenas num nível superficial mas em todo o conteúdo da consciência, não poderemos conhecer a profundidade na mente”.
// JIDDU KRISHNAMURTI (em Ojai, 1955)

Como você é? Momento a momento?

Dá pra gente fazer um círculo de estudos só com esse trecho do Krishnamurti.

Primeiro, há a preciosa quebra de paradigma que é compreender que nós somos os realizadores do nosso próprio autoconhecimento. Ninguém saberá mais da gente do que a gente mesmo. Nem padre, nem mestre, nem professor. Esse mergulho em si mesmo, com máscara e snorkel dentro de si, é o grande autoconhecimento. Não temos sequer idéia da profundidade que nos espera, porque poucos fazem esse mergulho, e a sociedade não está interessada (pois não vende, não gera votos, não dá lucro, não passa no Netflix). Então essa recuperação da autoridade sobre nós mesmos é muito bonita.

Segundo, a épica jornada de conseguir existir e viver sem julgamentos é uma prática de ouro. De diamante. Tente. Não é um exercício qualquer, é uma das práticas mais poderosas que podemos nos propor, capaz de trazer alívio, insight, alegria, triunfo e iluminação. Por um momento, esqueça todas as técnicas de meditação, as práticas, os estágios, os livros que já leu e que vai ler, as verdades dos gregos e indianos, o que mais for, e faça essa experiência de estar aqui sem julgar absolutamente nada, e persistir assim por algumas horas.

Por fim, ele não prescreve nenhuma mudança do lado “de fora”. Pelo contrário, diz apenas para observarmos “o que é”. Zero retoques. Zero desejos de mudança. É o que é e pronto.

//

#krishnamurti #autoconhecimento #espiritualidade #dharma

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11 Comments

  1. says: Teresinha Adoni

    Um dos melhores textos que li até agora. Gostei demais. É um ” acompanhar-se ” constante. Estar presente. Requer prática constante. É difícil.( Tento e me perco. Tento e me distraio)

  2. says: Lene Saldanha

    A maturidade me ensinou que posso ouvir todos os ensinamentos possíveis. Mas a decisão final será sempre minha. Ninguém nunca poderá saber verdadeiramente dos meus passos, assim como nunca saberei verdadeiramente dos passos do outro. Receber ensinamentos é dádiva. Mas jamais pode ser recebido como sentença ou mesmo como certo. Ouvir, sentir, trazer para si. Fez sentido? Seguir. Não fez? Soltar. Assim devo aceitar que os outros também façam.
    A maturidade me ensinou ainda que, qt mais o tempo passa, mais sentido faz viver nossa verdade. Pois na hora da despedida, nosso coração precisa estar em paz. Se caminharmos em paz conosco, poderemos nos despedir em paz…poderemos viver em paz. Poderemos ser paz… não faz sentido caminhar nas verdades alheias. Não é autêntico. Nao é legitimo. Não é nosso. É do outro.
    Estar aqui é simplesmente estar aqui. Conosco. Sempre. Com o que somos dia a dia. Minuto a minuto. Observando-nos. Aprendendo conosco. E quando faz sentido, aprendendo também com o outro. Mas a responsabilidade é de cada um. A decisão final é de cada um. Não há outro aqui. Não há . Há apenas nós mesmos. E isso é uma alegria. Porque tudo está em nós. E se em nós está, porque delegar ao outro nosso caminhar? @_dharmalog essa foi a reflexão do dia…???? fique a vontade para fazer observações. ?

  3. says: Daniela Fregonese

    Esta página sempre traz reflexões lúcidas ? concordo, conhecer a mente profundamente implica em estar só consigo mesmo, observação da própria mente.
    Ninguém pode fazer isso por nós!
    Ainda assim:
    Se abrir um círculo de estudos do DHRMLG para abordagem dos textos de Krishnamurti, estou dentro! Após a Grande Viagem, comprei o primeiro livro. Depois vieram mais dois. Aquisições valiosas. Hoje há um barulho incrível em todos lugares, há barulho interno, há confusão e muito julgamento…

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