“Prazer é distração, contentamento é conexão.” – RUSSELL BRAND Esse aforismo pr

“Prazer é distração,
contentamento é conexão.”
– RUSSELL BRAND

Esse aforismo precisa de uma contemplação por um momento. Para percebermos a força do contentamento.

Do sânscrito, “santosha”, o contentamento é uma das principais observâncias do Yoga de Patanjali, tão importante que sem ele é praticamente impossível colocar a mente num lugar de recepção e realização da Verdade.

Swami Sivananda, o grande yogue de Rishikesh (India), ensinava que santosha é um dos quatro sentinelas na porta de “moksha”, que é a libertação e realização maior do Yoga – os outros são Santi (paz), Vichara (discernimento) e Satsang (várias traduções, uma delas é a companhia dos sábios). “Se você tem santosha (contentamento), os outros três irão vir sozinhos” (Sivananda).

Uma mente não contente é uma perturbação constante. Cheia de insatisfação, ambição, sede, agitação e movimento inútil. Como conseguir chegar à Verdade com um cavalo descontrolado desses?

Mas também não adianta um contentamento falso, uma forçação de pensamento positivo inconsistente. É preciso contentamento verdadeiro. Como é possível? Cada um tem que fazer sua tarefa de casa para despertar essa virtude interna. Uma das coisas mais óbvias, a meu ver, é despertar a gratidão pelo que já temos, pelo que já estamos tendo oportunidade de viver, como saúde, como ter uma casa, como ter um trabalho, como ter uma família, como ter condições de conhecer o Dharma, como ter possibilidade de aprender a meditar e meditar de fato, como conseguir respirar direito, como ter comida em casa em todas as refeições, como ter tido educação, como o próprio fato de se interessar por uma virtude espiritualmente profunda como essa.

O contentamento nos conecta conosco, com uma mente pacífica e centrada, com a própria vida e com o caminho que leva à autorealização.

O prazer tem seu valor, mas é geralmente uma distração efêmera, que queima rápido e precisa de reabastecimento constante. O prazer também parte, via de regra, de um lugar de falta, e busca um tampão de satisfação e alívio momentâneo.

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11 Comments

  1. says: Autoconhecimento & Espiritualidade, por Nando Pereira

    PS: Não sei se todos conhecem o Russell Brand, mas ele é um buscador que teve sérios problemas com o vício, e hoje tem se conectado com grandes autores espirituais e com a própria espiritualidade. Ou seja, ele está numa posição importante para fazer uma afirmação dessa. ?

  2. says: Gilvan Souza

    Ele precisou viver o “inferno” e reconhecer as próprias sombras pra estar numa posição de equivalência quanto ao despertar e afirmação dentro dessas experiências. Gigante!

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