REIVINDICAR O HUMANO Que não se note o cansaço, que não se veja a tristeza, que

REIVINDICAR O HUMANO

Que não se note o cansaço,
que não se veja a tristeza,
que a raiva não seja notada,
que não se veja o medo,
que o erro não seja notado,
que não se vejam as estrias,
que a barriga não se note…
E assim, de tanto esconder e de tanto disfarçar,
vamos nos tornando invisíveis ou, o que resta à vista,
afinal é uma silhueta plástica… vazia de toda carne,
despojada de humanidade.

E se, em vez disso, nós deixássemos
que o cansaço seja notado se estivermos cansados,
que a tristeza seja vista se estivermos tristes,
que a raiva seja notada se estivermos zangados,
Deixe o medo ser visto se sentirmos medo,
que o erro seja notado se estivermos errados,
que as estrias sejam vistas se houver estrias,
que a barriga se tivermos barriga…?
Talvez, sem nos escondermos ou disfarçarmos,
que possamos estar mais presentes, tal como somos,
feitos também de carne, assim humanos.”

//

Geralmente esse manifesto pela aceitação de nossa humanidade é mal interpretado. Extremistas de um lado não aceitam, pois lutam para serem melhores o tempo todo, são os atletas idealistas do aprimoramento humano, desprezam qualquer coisa que lhes pareça inútil ou desagradável. Extremistas do outro lado ficam indolentes, preguiçosos, adotam o lema “sou assim mesmo e pronto”. No meio há os que buscam o espírito deste texto.

“O paradoxo curioso é que, quando me aceito como sou, posso mudar”.
– CARL ROGERS

Arte: “A Mulher Que Chora”, Pablo Picasso (1937).

//

Via José Galiano ?
Via Fátima Hajji ?

//

#humanidade #aceitação #descanso #realidade #verdade #sinceridade #carlrogers #autoaceitação #psicologia #amor #autoamor #serhumano #reflexão #textos #autoajuda #autodesenvolvimento #espiritualidade

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15 Comments

  1. says: Daniela Fregonese

    Que lindo! A aceitação de si mesmo, que foi um dos passos de A Grande Jornada do Autoconhecimento!
    É o reconhecimento com lucidez e realismo, vendo também a semente contida no fruto- lembrei-me do poema:
    “A criança que fui chora na estrada.
    Deixei-a ali quando vim ser quem sou…”, de Fernando Pessoa

  2. says: Lene Saldanha

    Amar o processo da descoberta. Amar a crueza da vida. Amar a impermanência do viver e de si mesmo. Amar aquilo que nos corta e faz sangrar. Amar o que nos faz ser carne. Amar o que nos expõe em carne viva…Ter coragem em nossa fragilidade. Ser inteiro. Ser presente. Viver tudo. Retirar as máscaras e revelar o que somos para nós, para os outros. Amar…Aceitar. Mudar. Sangrar. Como diz Saramago: ” se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu fizeram-no de carne e sangra todo dia”. Lindo Manifesto????

  3. says: Maria Terêsa Borges

    Adoro essa tela de Picasso! ? Tema difícil mas mais propício pra minha etapa de vida impossível! Aos quarenta tive uma pequenininha crise de idade; foi antes de perder meu negócio. Percebi que o viço da pele do meu rosto começou a ficar ressecado algumas expressões no rosto e pescoço começaram a ficar visíveis. Não me apavorei: mas entristeci um pouco esperava por esses sinais bem mais tarde (minha mãe tinha uma pele maravilhosa) e herdei um pouco dessa cútis. …. Sim se pudermos nos despir das aparências e deixar o tempo seguir seu curso … comecei nessa época a usar alguns creme para melhorar o ressecamento do rosto ? Até os – quarenta- Não usava nenhuma maquiagem… só tinha um batom e rímel no caso de ter alguma festa ? Melhorou muito: me dei por satisfeita e segui adiante no Samsara. Hoje me vejo no espelho e em termos de tempo me sinto inteira . Sim faço Regina desde os 18 !! Mas nada exagerado, só porque tenho tendente e genética de ancoraste. Sim ? sem pudermos nos ver como somos na matéria podemos mudar o que nos incomoda ou aceitar e refletir o que não conseguimos mudar; mas enxergamos o que é e onde está no nosso caminho de autoconhecimento. Forte abraço e carinho Teca 10:27 Hs 30/11/22??????????

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