Alguém pode ser algo diferente de um rebelde num mundo convencional como esse?

“Alguém pode ser algo diferente de um rebelde num mundo convencional como esse?”
– JACK KEROUAC (“The Town and The City”)

Segundo o conceito de normose criado por Roberto Crema e Jean Yves Leloup, dentro de uma sociedade “normal” (ou convencional, como diz Kerouac), “a pessoa realmente saudável é capaz de um desajustamente justo, de uma indignação lúcida, de um desespero sóbrio.”

Normose é a patologia da normalidade, uma doença que indica o ajustamento automático e inconsciente dos indivíduos a um “establishment”, a um status quo, sem que saibam que estão ajustados.

Mas, ao contrário de que alguns pensam, não é uma atitude de rebeldia violenta ou arrogante, não há gritos de superioridade nem de repressão, mas é um retorno a si mesmo, o despertar do espírito mais profundo da pessoa na vida. Segundo Crema, “o normótico padece da falta de empenho em fazer florescer seus dons e enterra seus talentos com medo da própria grandeza, fugindo da sua missão individual e intransferível”.

A rebeldia, então, é empenhar-se para fazer florescer seus dons e talentos, abraçando sua missão individual intransferível, seu caminho de vida. É viver segundo o que poderíamos chamar de um compasso interno, do próprio coração, que se desimpregnou da doença normótica, e se inspira em um sentido de felicidade, criatividade e fraternidade que é próprio de cada um.

Acho que todo buscador é, primeiramente, um rebelde. Pois precisa acordar da normose antes de pegar sua trouxa e sair pela vida em busca da sua jornada.

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14 Comments

  1. says: Marcelo De Freitas

    A única revolução na qual creio, é a interior, de despertar da Consciência. Revoluções sociais dissociadas de amor e sabedoria acarretam em desastres e em corrupção. A História está aí para comprovar.

  2. says: Daniela Fregonese

    Há, em nosso modo de viver e pensar, uma tendência conservadora muito forte, que faz parte de um instinto de preservação. Mas a mente que quer ser livre não pode se fixar ao passado ou a expectativas de futuro e não deve simplesmente acompanhar a marcha incessante da espécie.

    Se somos, desse modo, “normais”, estamos reforçando a normose nociva, impedindo a abertura em nós mesmos e nos outros.

    O pensamento, que vai acumulando por gerações e gerações memórias de prazer e dor, disfarçado de segurança, experiência ou tradição, nos prende no cárcere limitante de uma vida efêmera e voltada para si. E destrói o indivíduo, a espécie e o planeta, como dharmalog já apontou.
    Gratidão ??

  3. says: Lene Saldanha

    “Desajustamento justo, indignação lúcida, desespero sóbrio ” essa definição rende um ótima conversa… O “encaixe” normótico apaga nosso brilho…mas para muitos ainda é mais “confortável” do que ir de encontro a maré. Pois assim pode sempre apontar para os outros e culpa-los da opacidade do seu viver. Rebeldia pede coragem. Pede isolamento às vezes. ( quiça, muitas vezes) pede ainda firmeza e lucidez para acompanhar o “compasso interno”. Tudo que exige muito de nós mesmos, na autenticidade do viver, costuma amedrontar. Talvez por isso tanta normose no mundo…mas qd a gente entende que o medo não apaga o pulsar do nosso coração rebelde, pelo contrário, revela a grandiosidade dele, a gente vai em busca do desajustamento justo, da indignação lúcida e do desespero sóbrio. E não há arrependimento. Incrível esse post. Bateu como uma luva com a crônica do Agualusa que compartilhei e me encantei. ???? Bateu junto ao meu compasso interno.????

  4. says: Karina Santos I MENTE + SAUDÁVEL

    Escolher ser rebelde significa não aceitar ser oprimido, não querer ser o opressor, e por fim, não querer ser conivente (posição neutra) com o opressor ou como a neurose vista e encarada como normal. Pois, normose é isso, uma neurose banalizada, reproduzida por muitos como se fosse algo natural ou normal.

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