“As três dificuldades (ou as três práticas difíceis) são:
1. Reconhecer suas neuroses como neuroses;
2. Então não fazer o que habitualmente faria, mas fazer algo diferente que interrompa o hábito neurótico; e
3. Fazer dessa prática um modo de viver.”
– PEMA CHODRON (em “Always Maintain a Joyful Mind And Other Lojong Teachings on Awakening Compassion and Fearlessness”)
Acho que podemos considerar inicialmente apenas o primeiro item, para começar. Um por vez. Me parece que já é difícil o suficiente reconhecer nossas neuroses como neuroses. Temos até, não raramente, o problema de nos orgulharmos de nossas neuroses (justamente porque não as reconhecemos como tais).
Mas podemos falar mais coloquialmente. Nossas neuroses são nossas loucuras “normais”. Nossas manias, nossas idéias fixas, nossa rigidez mental, nossas insistências insanas, nossas inflexibilidades, nossas repetições insensatas. Nossas resistências, nossas evitações, nossas fantasias, nossos esforços sem resultados.
Não sei como colocar, porque isso é realmente mais sério do que parece e, ao mesmo tempo, mais aparentemente normal e cotidiano. Nós vivemos isso (essas neuroses) mais frequentemente do que imaginamos e certamente muito mais do que gostaríamos de admitir.
Na maior parte das vezes, é difícil fazermos sozinho esse trabalho de reconhecermos nossas neuroses como neuroses. Elas são como pontos-cegos. Como lentes que distorcem a visão, a fala e o comportamento. Muitas delas podemos julgar apropriadas, talvez até corretas. Porque apesar de serem neuroses, elas tem uma causa e tem uma função, ainda que seu custo seja alto e crítico.
O quanto antes nos interessarmos por isso, melhor fica o caminho e a vida. O quanto mais resistirmos e negarmos, pior fica. Perto das outras duas dificuldades citadas por Pema Chodron, acho que essa disparada a maior e mais dificil.
//
#neuroses #dificuldade #dificuldadespiritual #caminhoespiritual #pemachodron #autoajuda #psicologia #mentesana #curapsiquica #budismo #psicologiabudista #frasedodia #autodesenvolvimento
* * * * *
Publicado no Instagram do @_dharmalog. Siga aqui
Que interessante, muito bem colocado…tem mais conteúdos sobre este assunto??
@dri_rsma amiga, olha esse texto ??
E olhar para nossas neuroses com curiosidade a acolhimento. Pq se for pra olhar para elas com mais neuroses ainda vira um balaio cada vez mais neurótico sem função nenhuma, ou melhor, com uma única função: nos afundar mais e mais nas neuroses. Somos todos cheios de manias,etc. Fato. Olhar para isso não deveria ser tão assustador, mas libertador. Porém, infelizmente fomos e somos incentivados a negar todas as nossas “imperfeições”. E seguimos neuróticos em busca da perfeição prometida, colocando debaixo do travesseiro da consciência tudo que não nos agrada e nos tira dos conceitos de “normais”. Uma viagem… amo demais essa Pema Chödrön, aff.??
???
Muito bom!
Fiz uma caminhada hoje pela manhã e, motivada por alguns eventos recentes, caí na reflexão sobre os conceitos arraigados e preconceitos, tentando distinguir: o que é cultural, o que é da minha educação, o que é formação posterior por causa das vivências- e o quanto está em mim. Parentes me ajudam a perceber o conteúdo da educação familiar, fala de conhecidos me fazem perceber o que é cultural, e assim por diante. Ainda que eu discorde, ache até absurdas algumas posições, sem eles, ou o que chamam de exterior, não poderia me perceber. Isso já foi dito muitas vezes, de várias formas, em diversas correntes do pensamento da humanidade. Mas quando se trata de neuroses, é bem complexo – quem quer ver sua imagem feia no espelho manchado?
Faço o movimento e tenho intenção de olhar, se ela aparecer. Ainda assim, não é fácil avaliar corretamente o que já se desprendeu e o que tem ainda alguma raiz fincada em nosso modo de agir e pensar – o quanto há de neurose própria, camuflada pela face bonita do bom cidadão, dentro de todas as neuroses ao redor. Então, a primeira coisa, ao sentir a insatisfação de perceber falas rígidas ou preconceituosas e achar ser diferente, não podendo mudar o outro, é a gratidão por estar percebendo: respirar fundo e persistir no caminho do autoconhecimento, cuja etapa essencial é “enxergar nossas neuroses como neuroses“, como você falou – e abraçar o pensamento alheio, sem rejeitá-lo, com compaixão. Isso não significa ser passivo ou omisso, mas combatê-lo levaria à fixação em outra posição, o que só faz bem ao ego mas nós devia do trilho. Assim, digo para mim mesma: lembre-se que você não é dona da verdade e, como tão bem exemplificaram na Grande Viagem, o outro ao seu lado está sendo um excelente professor. Na prática, perceber a interdependência pode ser maravilhoso ou dificílimo- dependendo do ângulo que usamos.
Gratidão por tantas coisas boas compartilhadas. Essa página é maravilhosa!
??????
Gente, onde que vocês conseguem essas imagens? Impossível não ler um post com uma imagem dessas junto! ?
seu conteudo tanto aqui quanto no blog seguem sendo minha maior fonte de curadoria e reflexoes finas ??
Gratidão por compartilhar. ?