“A percepção de que a vida é absurda não pode ser um fim, mas apenas um começo. Essa é uma verdade que praticamente todas as grandes mentes tomaram como seu ponto de partida. Não é a descoberta que é interessante, mas as consequências e as regras de ação que nascem dela.”
– ALBERT CAMUS
O esgotamento da vida e a percepção do seu absurdo, de não fazer sentido, pode não ser somente um esgotamento e um absurdo, mas o desmoronamento dos condicionamentos humanos mais profundos. Condicionamentos tão profundos que nem sabemos que temos, pois tomaram nosso sistema desde a infância. Esse “fim” seria, assim, o potencial início de uma nova realidade. O potencial início de uma poderosa busca.
É como perceber que não faz sentido e, ao mesmo tempo, perceber que não faz sentido não fazer sentido. Só que dentro de um paradigma diferente, e não aquele que estamos acostumados a entender sobre “sentido”.
Algumas fontes dizem que o grande mestre do Zen, Eihei Dogen, ganhou o primeiro impulso de sua busca quando tinha apenas 8 anos, no leito de morte de sua mãe, que o impeliu a buscar as verdades da vida como um monge. O próprio Buda, ao perceber o sofrimento humano pela primeira vez (entre outras percepções), saiu do seu principado para buscar a verdade e realizá-la em sua própria vida. O estado das coisas de onde partiu era pesado e absurdo.
Assim, o aparente fim da linha pode ser uma porta que aparece do nada, que se abre para um novo início. O despertar da mente que busca.
Pode ser romântico, mas as mentes que chegaram a entrar por essa porta relatam estados muito parecidos de liberdade e paz. E, ainda que romântico, o início da frase de Camus não é nada romântico, e só pode ser verdadeiramente dito por quem caiu nesse poço sem fundo que é perceber o absurdo da vida, o sofrimento, a falta de sentido.
Em termos da jornada do autoconhecimento que viemos falando no post anterior, com a pesquisa sobre o PASSO ESSENCIAL no caminho da verdade, este parece ser também um dos principais. Aquele que coloca a locomotiva da busca em movimento.
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Isso falou absurdamente comigo ???
“O esgotamento da vida e a percepção do seu absurdo” como pode a gente esquecer disso, hein? Como? Talvez pq no fundo não queiramos abandonar nossos condicionamentos. Talvez pq não tenhamos coragem suficiente de vermos que ela passa diante de nós, faceira, às vezes até debochada, no curso próprio , nos desafiando a segui-la. Ela não nos segue. Não precisa. Ela existe por si só. A gente que embaralha todo o curso…E a culpa qd esse curso não corresponde ao que a gente queria… somos crianças tolas tentando seguir a vida? Precisamos ser essas crianças birrentas, ofendidas, tristonhas? Com certeza não. Mas, esquecemos de que o fim da linha pode ser o começo…
Com o absurdo, se inicia a jornada em busca da verdade. Sempre a partir dele. Texto majestoso ??
Valeu!
Profundo. Muito bom!
Perfeito??
Afff
Sensacional ???