“Procuro despir-me do que aprendi, Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me

“Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu”.
– FERNANDO PESSOA (como Alberto Caeiro)

Esse é um trecho do poema “Deste Modo ou Daquele Modo”, num recorte mais amplo (embora não completo) abaixo:

“Nem sempre consigo sentir o que sei que devo sentir.
O meu pensamento só muito devagar atravessa o rio a nado
Porque lhe pesa o fato que os homens o fizeram usar.

Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro,
Mas um animal humano que a Natureza produziu.

E assim escrevo, querendo sentir a Natureza, nem sequer como um homem,
Mas como quem sente a Natureza, e mais nada.
E assim escrevo, ora bem ora mal,
Ora acertando com o que quero dizer ora errando,
Caindo aqui, levantando-me acolá,
Mas indo sempre no meu caminho como um cego teimoso.

Ainda assim, sou alguém.
Sou o Descobridor da Natureza.
Sou o Argonauta das sensações verdadeiras.
Trago ao Universo um novo Universo
Porque trago ao Universo ele-próprio.”

#fernandopessoa #serquemseé #reaprender #redescobrir-se #autoconhecimento #autodescoberta #desaprender #desaprendizado #poema #poesia #literatura #argonauta #albertocaeiro #natureza #autenticidade #originalidade #descobridor #sereumesmo #sejavocêmesmo #sentir #pensar #amar #autoexpressão #verdade

* * * * *

Publicado no Instagram do @_dharmalog. Siga aqui

More from Nando Pereira (Dharmalog.com)
O yogue Paramahansa Yogananda fala aos que tem medo de morrer
O que é a morte e o que acontece conosco depois que...
Leia Mais
Join the Conversation

15 Comments

Leave a comment
Leave a comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *