“Que progresso, você pergunta, que eu tenho feito? Comecei a ser amigo de mim me

“Que progresso, você pergunta, que eu tenho feito? Comecei a ser amigo de mim mesmo.”
– LUCIUS ANNAEUS SENECA (4 a.C – 65 d.C)

Uma vez ouvi um ensinamento, não lembro se de Pema Chodron ou de Lama Padma Samten, que orientava a buscarmos uma amizade com nossa própria mente. Era um conselho para manter uma prática leve de longo prazo. Assim evitamos uma guerra interna, onde cada vontade e cada fragmento nosso puxa para um lado, e acabamos tornando a prática um inferno cheio de frustração e peso. Nos criticamos porque não somos disciplinados, não somos concentrados, não somos avançados, a mente viaja na maionese o tempo todo, o samadhi não chega, o corpo não ajuda, etc.

Para que a prática tenha saúde e verdade, essa guerra contra si mesmo não serve. O que serve é um entendimento com a própria mente, uma negociação se necessário. São muitos hábitos, vícios, condicionamentos e limitações que contra-atacarão se abrirmos guerra. Há que se ter paciência e sintonia, pois isso não desaparece por decreto.

A mesma coisa se aplica à toda jornada espiritual. Com um chicote na mão mirando as próprias costas, não vai dar certo. É provável que algo esteja muito fora do prumo no caminho se não estivermos sendo amigos de nós mesmos. Se a indolência e a preguiça são atrasos no caminho, a severidade e auto-cobrança também podem ser obstáculos pesados na vida.

O caminho é desafiador, exige empenho e resiliência, mas é uma benção e a uma alegria poder encontrá-lo, decidir ir em frente, ter saúde e disposição para se dedicar a ele – precisamos lembrar disso. E entrar em acordo com nosso mente para uma colaboração interna. Ser amigo de nós mesmos.

Obrigado, Seneca.

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15 Comments

  1. says: Christiane Neusser Sichinel

    É uma benção encontrar o Caminho e poder percorrê-lo! Só posso dizer: Amém! ? Assim andamos com alegria e aprendemos a rir do sofrimento.

  2. says: Gildasio Jesus dos Santos

    Porque fui saber depois de muito tempo que nem de mim eu era dono, todos nós seres humanos vivemos em provação, o que basta saber.

  3. says: Alessandra Vinhas

    @caminhoinvisivel esse post apareceu na minha timeline logo depois do seu. Fontes diferentes, sempre a mesma mensagem. ??

  4. says: Lene Saldanha

    Acredito que tenha sido da Pema Chödrön. ?? essa postura de amizade e acolhimento de nós mesmos é muito a carinha dela. Na verdade, a cara do budismo, né. E isso é o que sempre me tocou…não precisamos fechar os olhos para nossos condicionamentos, apegos, emoções, etc., fazendo de conta que eles não existem. Precisamos acolher. Como se acolhe uma criança. Pq é isso. É a nossa criança ferida, magoada que surge na prática. Costumo dizer em minhas aulas que temos a criança e o adulto dentro de nós. Um acolhe o outro. Não dá pra ser só adulto. Não dá pra ser só criança. Acredito que precisamos dos dois. Sem negação. E desse acolhimento nasce a leveza. Para mim, um grande erro nosso é esquecer desta criança tentando silencia-la. É uma violência com nós mesmos. Na prática diária da Meditação ela se revela, e se não a abraçarmos, tudo se tornará uma tortura. Puxar a orelha do adulto, abraçar a criança. Acolher e enxergar os dois com muito carinho. É libertador. É benção. É paz conosco. É amor. Lindo texto, Nando. Obrigada por Puxar a orelha do nosso adulto, e por abraçar nossa criança. ?

  5. says: Gnosis Brasil

    Quem se entrega à vaidade e não se entrega à meditação, com o tempo invejará aquele que se esforçou na meditação.
    Textos Budistas

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