NÃO TENHO MESMO, PRA DIZER A VERDADE, NENHUMA CONVICÇÃO DEFINITIVA por Carl G. J

NÃO TENHO MESMO, PRA DIZER A VERDADE, NENHUMA CONVICÇÃO DEFINITIVA
por Carl G. Jung

“Desisto de chegar a um julgamento definitivo (sobre a vida), pois o fenômeno vida e o fenômeno homem são demasiadamente grandes. À medida em que envelhecia, menos me compreendia e me reconhecia, e menos sabia sobre mim mesmo.

Sinto-me espantado, decepcionado e satisfeito comigo. Sinto me triste, acabrunhado, entusiasta. Sou tudo isso e não posso chegar a uma soma, a um resultado final. É para mim impossível constatar um valor ou um não-valor definitivos; não posso julgar a vida ou a mim mesmo. Não estou certo de nada. Não tenho mesmo, para dizer a verdade, nenhuma convicção definitiva – a respeito do que quer que seja. Sei apenas que nasci e que existo; experimento o sentimento de ser levado pelas coisas. Existo à base de algo que não conheço. Apesar de toda a incerteza, sinto a solidez do que existe e a continuidade do meu ser, tal como sou.

O mundo no qual penetramos pelo nascimento é brutal, cruel e, ao mesmo tempo, de uma beleza divina. Achar que a vida tem ou não sentido é uma questão de temperamento. Se o não-sentido prevalecesse de maneira absoluta, o aspecto racional da vida desapareceria gradualmente, com a evolução. Não parece ser isto o que ocorre. Como em toda questão metafisica, as duas alternativas são provavelmente verdadeiras: a vida tem e não tem sentido, ou então possui e não possui significado. Espero ansiosamente que o sentido prevaleça e ganhe a batalha.”

– CARL G. JUNG (em “Memórias, Sonhos e Reflexões”)

A vida tem sentido ou não tem?

Ou as duas coisas?

Ou nenhuma das duas?

* * *

Esse é o aquecimento para a segunda LIVE sobre a BUSCA ESPIRITUAL. Eu tenho uma? Como posso saber, me aprofundar, realinhar, recuperar, explorar minha própria busca e caminho? O que isso tem a ver com o sentido da vida (se é que ele existe)? Aberto a todos.

? SEGUNDA DIA 2 DE MAIO, 20H. No Insta do @_dharmalog.

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Publicado no Instagram do @_dharmalog. Siga aqui

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11 Comments

  1. says: Maria Cristina Carvalho

    Ufaaaa…ler estas reflexões de uma grande mente da até um alívio hahahah….não sou só eu que penso ‘maluquices’ hahaha….mas hoje pra mim o sentindo da vida é viver, em plenitude, descobrir meus dons e os praticar da melhor forma possível, ajudando o maior numero de pessoas q puder….eu tenho um pensando constante, desde bem nova..vou partilhar…quando eu morrer acredito q vou encontrar Jesus, e eu acredito q ELE vai me perguntar: “E aí o q vc fez lá?”….está pergunta fica constantemente martelando aqui, e eu quero ter uma boa resposta…pode me entender???….então por isso vivo e vivo o máximo q eu consigo…quero muito homenagear o q eu recebi..obrigada por mais reflexões ??

  2. says: Lene Saldanha

    Se tem, se não tem. Eis a questão. Talvez tudo tenha sentido. Um sentido próprio. E não o sentido que nós buscamos. Talvez ainda aqui se aplique aquela máxima de que não deve haver busca. Porque tudo já é. Talvez…Jung é divinamente maravilhoso em sua abertura do coração…??

  3. says: Daniela Fregonese

    Que tema para a próxima live, wow!!! Já ressoa em meu íntimo e dialoga com autores brilhantes, como Fernando Pessoa, no Livro do Desassossego. Imperdível ?

  4. says: Luciano de Aquino

    Não sou eu, enquanto ego, que existo. O ponto de vista correto é que existimos, intersendo, conjuntamente com todos os seres, com o próprio universo. O sentido da vida: assim como é. Gratuitamente a recebemos e a vivemos.

  5. says: Silvia Valentina

    … ‘Achar que a vida tem ou não sentido é uma questão de temperamento’. Seria realmente isso, na sua opinião, Fernando?

  6. says: Silvia Valentina

    Compreendo bem o que diz e la no meu íntimo, confesso que provida de pouco conhecimento para ampliar o assunto por isso pedi sua opinião, entendi as posições e variações que Jung coloca diantes das diversidades do temperamento de cada um para o ‘sentido da Vida’. Mas qdo Vc diz… ‘mas de onde eu venho há uma visão diferente’, confesso que era bem isso que esperava ouvir. Foi essa a sensação que senti ao ler esse texto… se há uma busca para um equilíbrio, para dar resposta e sentido, não pode haver desistência em nem se ancorar em padrões estabelecidos. Grata pelo retorno.

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