Não há saída só ruas viadutos avenidas”. – REGIS BONVICINO (em “Sósia da Cópia

“Não há saída
só ruas viadutos
avenidas”.
– REGIS BONVICINO (em “Sósia da Cópia”)

É curioso como podemos atribuir qualquer significado a qualquer coisa, e quanto mais aberta e subjetiva uma coisa se oferece, tanto mais podemos navegar nela com nossa imaginação e conteúdo. Esse poema fala originamente da sensação do indivíduo acuado numa cidade grande, mas eu naturalmente li uma coisa diferente.

Que foi: a sensação de que a vida é um contínuo eterno e não há entrada nem saída nem largada nem chegada. É um estado de presença infinito. Só se vai passando, por ruas viadutos avenidas.

Lembra aquela frase maravilhosa do Facundo Cabral, “Cuida do teu presente, pois viverás nele o resto da sua vida”.

O fato de não ter vírgulas atraiu essa interpretação à minha mente, porque “juntou” as “ruas viadutos avenidas”. Onde começa uma rua e onde termina um viaduto ou avenida? Todas essas estradas e vias estão juntas, coladas umas nas outras. Onde começa esse momento e termina o anterior, onde começa o próximo e termina este? Temos relógios, mas eles realmente “marcam o tempo”?

Assim, estaríamos sempre nas ruas viadutos avenidas da vida.

Desculpe, Regis Bonvicino. E obrigado por escrever com riqueza e amplitude, que me permite ir pra outros significados.

E você? Leu o que?

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Imagem via @desculpeapoeira ?

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