A meditação nos ajuda a remover os conceitos e olhar profundamente, por Thich Nhat Hanh

 

 

“Se você visitou Paris, você tem um conceito de Paris. Mas seu conceito é bem diferente da própria Paris. Mesmo se você tiver vivido em Paris por 10 anos, sua idéia de Paris ainda não coincide com a realidade. Você pode ter vivido com alguém por 10 anos e pensar que a conhecer perfeitamente, mas você está vivendo somente com seu conceito (dela). Você tem um conceito de si mesmo mas você já tocou seu verdadeiro ser? Olhe profundamente para tentar superar o espaço que existe entre seu conceito de realidade e a realidade ela mesma. A meditação nos ajuda a remover nossos conceitos”.
– THICH NHAT HANH

Olhar profundamente é olhar abertamente, intensamente, interessadamente, pacientemente, intimamente, sem julgamentos. É soltar os conceitos e as pré-fabricações quando elas aparecem durante o olhar.

Olhar profundamente é querer olhar as coisas como são, ou melhor, é olhar as coisas como elas estão sendo no momento em que se está olhando. E deixar-se olhar, sem agenda, sem meta. É como dizem “olhar como se fosse a primeira vez”.

Se você for ver relatos de despertar espiritual, eles contém esse olhar sempre vivo e novo para tudo que é, para tudo que está sendo. E o maravilhamento que há nisso, pois ali há algo vivo, algo sempre fresco.

É ver Paris como ela está sendo agora (se você tiver em Paris). Ou São Paulo. Belo Horizonte. Salvador. Jundiaí. Florianópolis. Santos. Cunha. Pradópolis. Salvador. Cabreúva. Nova Deli. Sorocaba. Pequim. Ou onde você esteja nesse momento.

Se formos ver, a definição da prática de meditação é praticamente isso, olhar profundamente. Olhar além dos conceitos. Tocar a realidade. Abrir-se totalmente a ela. E treinar isso, pra que a gente não volte a estar completamente submerso no oceano dos conceitos e idéias e pré-fabricações o tempo todo, o oceano do samsara. É treinar estar nesse centro de si, nessa consciência, nessa paz, nessa lucidez, para ver o que se vê.

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