“Remover a ignorância é o objetivo da prática, e não a aquisição de realização. A realização está sempre presente, aqui e agora.”
– SRI RAMANA MAHARSHI
É interessante a palavra “ignorância”. Porque ela implica que algo está presente e está sendo ignorado. Para você ignorar algo, é preciso que esse algo esteja lá. Por exemplo, para você ignorar uma pessoa, é necessário que ela esteja lá.
Se você remover a ignorância, o que significaria parar de ignorar, você “atinge” a realização, ou a sabedoria, ou a compreensão (traduções alternativas do inglês “realisation” nesse contexto). Você percebe que ela está aqui, sempre presente, initerruptamente. Apenas um “tampa-olho” foi retirado.
A palavra em sânscrito original desse trecho talvez seja “avidya”, não sei, estou palpitando. Avidya é o que não tem “vidya”, ou conhecimento, sabedoria. É a ausência de vidya. Mas às vezes aparece traduzido como ilusão ou ignorância, embora (aparentemente, pelo menos), não denote o ato direto de ignorar, mas de não conhecer, de não perceber.
Como faz para abandonar ou superar a ignorância? Parar de ignorar, seria a resposta óbvia. Como? Domar a mente que ignora, ajudá-la a dissolver os mecanismos de ignorar, colocá-la em uma posição que ela possa colaborar e não ser a fonte do ignorar. Parar de ignorar parece um ato simples, mas não é quando não sabemos que estamos ignorando, não sabemos como estamos ignorando, não sabemos o que estamos ignorando.
“Remover a ignorância é o objetivo da prática”.
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