NO FIM DAS CONTAS, A JORNADA É SOBRE ISSO
“Em nosso anseio por sermos perfeitos, confundimos perfeição com plenitude. Achamos que não podemos nos amar até que nós e os outros atendamos a um padrão externo. Depressão, ansiedade – na verdade, a maioria das neuroses e das compulsões – são, em última análise, uma defesa contra nos amarmos incondicionalmente.”
– MARION WOODMAN (em “Dançando nas Chamas: A Deusa Negra na Transformação da Consciência”)
Jung falava que preferia ser inteiro do que ser bom.
Porque ser só bom é impossível de fato, é como a Terra sem noite, como uma inspiração sem expiração; e porque ficar obcecado por isso é pior ainda, não é nem humano nem espiritual.
“Não se preocupe com a perfeição, você nunca a alcançará”, dizia Salvador Dalí. A perfeição é, em primeiro lugar, um delírio impossível. Quem detém o padrão do perfeito? Ademais, quem consegue alcançar todos os padrões? Por todo o tempo? Qualquer reflexão sobre esse assunto vai mostrar seus problemas insolúveis.
Mas o problema não é nem a busca da perfeição, que pode ser apreciada e levar a tarefas bem feitas e uma sociedade eficiente. O problema é não apreciar nem amar nada – principalmente si mesmo e os outros – até que se chegue ao tal padrão. Ou, pior ainda, condicionar amor à perfeição. A perfeição é uma história inventada pelo ego, pela mente limitada, super limitada. Mergulhada em comparações, em padrões, em idéias de aprimoramento da plenitude, em julgamentos e condenações baseadas em gravações do passado.
Se existe, a perfeição é a vida sem afetação das idéias neuróticas que tiram uma pessoa de si mesma e da sua própria sublime presença.
No fim das contas, a jornada é sobre isso.
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Ótima reflexão????
Lindo.
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Muito, muito precioso ?