É PRECISO CORTAR ISSO “Uma característica de uma pessoa “dármica” — alguém que

É PRECISO CORTAR ISSO

“Uma característica de uma pessoa “dármica” — alguém que pratica meditação e os ensinamentos de Buda — é evitar atividades demais; ou você poderia dizer, reduzir as atividades.

Segundo a tradição, isso acaba se resumindo a cortar conversas não-funcionais, cortar a mentalidade baby-sitter – a mentalidade do entretenimento. Você pode se meter em todo tipo de projeto, todo tipo de engajamento. Você pode se tornar “amiguinho” do seu próprio mundo para não precisar manter sua disciplina ou sua presença mental de maneira adequada.

Se não gosta de chá, você pode tomar café. Se não gosta de café, pode mudar para Coca-Cola. Se não gosta de Coca-Cola, pode beber uísque ou vodka. Você se envolve em atividade constante, constante. Às vezes você nem sabe o que está fazendo; você apenas tem a idéia de que precisa estar ocupado com algo, mas não consegue se envolver com nada a fundo. “Preciso de sexo ou de dinheiro? Ou roupas? O que eu preciso?” Você pode pensar em qualquer coisa, as possibilidades são infinitas. Ficar muito amiguinho dessa situação envolve muita atividade.

Segundo os princípios básicos do Budismo, você precisa cortar isso. Quando se torna muito amiguinho do seu mundo, muito familiar com seu mundo, ele se torna infindável.”

– CHOGYAM TRUNGPA RINPOCHE (1939-1987) (em “Sete Características de uma Pessoa Dármica”)

Lembra das areias movediças do Aldous Huxley (no post “Levinho, levinho”, de 24/9)? Esse é o “seu mundo” do qual você se torna muito “amiguinho”, desse trecho de Chogyam Trungpa. Esse é uma das suas areias movediças, e certamente uma na qual muitos de nós estamos atolados.

O mundo é fantasticamente convincente ao nos seduzir a ter atividades demais. Mais objetivos, mais dinheiro, mais reconhecimento, mais orgulho, mais fama, mais possibilidades, mais cores, mais prazeres, mais descanso, mais diversão, mais tudo.

E nós gostamos disso.

E nos perdemos do Dharma, vivendo sem consciência e hipnotizados pelo cinema do mundo.

Dito tudo isto, o que importa mesmo é o primeiro parágrafo desse texto de Trungpa.

Foto: @amandamustard

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