“O que mais faz falta é que a pessoa não seja tão gananciosa e beberrona, que não queira viver de pura Ayahuasca sem fazer o caminho interior. Há que se fazer o caminho, a viagem interior exige que a pessoa faça certos esforços, diversos tipos de esforços: esforços de entrega, esforços de amor, esforços de ter atenção… São tantas dimensões da viagem, a pessoa deve ter uma compreensão de como é o processo da transformação ou o trabalho interior, como queira chamar. Então, confiar demais na dieta da planta mágica creio que é um vício”.
– CLAUDIO NARANJO
Estamos vivendo um reflorescimento do estudo e do uso de algumas substâncias que tem potencial de ajudar o caminho do autoconhecimento, e não só elas, mas de vários processos terapêuticos novos, métodos psicológicos, programas de vivências e tratamentos, que variam dos mais autênticos e transformadores até os mais fracos, deturpados e egóicos. Devido ao comportamento samsárico e individualista que nutrimos, muitos já estão se tornando viciados neles, perdidos em teorias fechadas e hábitos egóicos. Estão perdendo o contato com suas práticas espirituais, com a meditação, com os esforços cotidianos do trabalho interno de autoconhecimento. As justificativas variam, mas no fundo estão apenas evitando o trabalho interno fundamental. Os esforços.
É muito fácil ter uma experiência momentânea e depois condenar o mundo, as pessoas, a mídia, etc. Mas e nós? Estamos fazendo nosso trabalho, nossa prática? Estamos fazendo nossos esforços de amor, de entrega, de meditação? Ou estamos buscando experiências de pico e vivendo voltados pra fora, projetando nossas frustrações e preguiças nos outros e no mundo?
Seja qual for a ajuda que busquemos, eles não são maiores que o trabalho interior. Ele é o centro do processo do autoconhecimento. Nem o Buda escapou do caminho. Que possamos ter consciência disso, e nos orientarmos por ele, pela verdade e pelo bem dos seres.
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Foto: @amandamustard
Fonte da frase: @centrosaviaterra
Perfeito!
Apenas o autoconhecimento pode nos levar de volta ao nosso próprio Eu. E essa viagem exige entrega, autoaceitação, desprendimento.