Acabamos como animal de rebanho quando não conseguimos alcançar a divindade individual em nós.
– CARL GUSTAV JUNG
Ser animal de rebanho parece ser uma espécie de plano B, ou mesmo uma última tentativa, de tocar a divindade de alguma forma. De se perceber pertencendo e sendo digno desta vida.
Essa palavra divindade, como Jung usa, pode soar religiosa. Mas não é. Lembremos que Jung é um experimentador e tem sérias restrições à fé sem conhecimento por si mesmo. A divindade aí deve ser descoberta de verdade, e não apenas acreditada ou objeto de fé. Isso é “alcançar”. Que divindade é essa? Essa pode ser uma boa provocação à reflexão, pois aí, diferentemente de algums crenças, ela está denominada como “individual”, a “divindade individual”. Podemos traçar paralelos e falar de budeidade, ou atmavidya, mas Jung usa divindade. Podemos usar outras palavras, mas dificilmente escaparemos de percepção de que há de fato uma espécie de divindade aqui.
Se não conseguimos isso, Jung diz que fatalmente nos tornamos animal de rebanho. Uma massa que anda coletivamente sobre a ordem de alguém, sem exatamente saber que em si há a divindade.
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