“O homem não tem limites, e um dia se dará conta disso e será livre, ainda neste mundo”.
– GIORDANO BRUNO (1548-1600)
O padre e filósofo que defendeu que o universo era infinito, e que haveria vários outros astros como a Terra voando por aí, foi queimado pela “Santa Inquisição” católica aos 52 anos. Por blasfêmia. Condenado por um papa.
“Vocês pronunciam esta sentença contra mim com um medo maior do que eu sinto ao recebê-la”, teria dito ele, ao ser condenado pelas idéias que defendia.
O homem não tem limites talvez não seja uma frase que aponte para a natureza transcendental da consciência, mas quase. Certamente destruía a concentração de poder sacro em alguns escolhidos, ou num escolhido, exatamente como o geocentrismo fazia com a Terra. Ao desconcentrar o poder, espalhou-se a noção de que cada ser pode ser tão sagrado quanto aquele um que até então era o único, o escolhido.
Hoje essa noção de que todos somos Budas é não só conhecida, como aceita e compreendida como verdade, embora ainda existam hordas de feudos onde isso se mantém desconhecido ou negado (quase no mesmo medievalismo do terraplanismo). Mas no próprio território onde as limitações foram pregadas, há entendimento da infinitude. Afinal, o reino dos céus está dentro de vós, não é. E o que seria o reino dos céus senão o infinito livre sem limites?
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