SEM OS DOIS JUNTOS, NÃO TEM SAÍDA “A apreciação do mundo exterior é chamada de

SEM OS DOIS JUNTOS, NÃO TEM SAÍDA

“A apreciação do mundo exterior é chamada de compaixão, e a apreciação de si mesmo é chamado maitri (amor). A menos que ambas estejam funcionando juntas, não haverá saída”.
— CHÖGYAM TRUNGPA RINPOCHE (em “The Bodhisattva Path Of Wisdom & Compassion”)

A apreciação de si mesmo, genuinamente, é uma coisa rara. Chögyam fala disso no mesmo capítulo onde está essa frase. “Um problema de longo tempo”, ele diz. Essa apreciação que ele fala não é uma apreciação egóica, vazia, narcisista (como temos muito em nosso mundo). Mas uma apreciação real, da própria capacidade de viver, experimentar, perceber. Uma apreciação plena.

Por outro lado, também não apreciamos o mundo externo, que geralmente é apenas um circo de projeções de nossas idéias desgovernadas e de nossas necessidades não atendidas. O mundo também não é apreciado verdadeiramente, plenamente. É geralmente apenas um lugar que “nos dá coisas”, um lugar funcional, em que raramente sentamos e apreciamos pelo que é. Corremos por cima dele, reclamamos dele, esprememos ele, jogamos lixo nele, temos projetos pra ele, e só. A calma apreciação de sua existência é um ato em extinção.

A realização verdadeira de qualquer um deles deve realizar o outro, ou ao menos abrir as portas para sua realização. Se você realmente aprecia si mesmo, sem enganos, certamente enxergará o caminho de apreciar os outros e o mundo. Se realmente apreciar o mundo, sem ilusões, certamente estará mais perto de apreciar verdadeiramente si mesmo.

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