CARMA COMO INTENÇÃO? ? Esse tema pode ser bem complexo, embora pareça simples. M

CARMA COMO INTENÇÃO?
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Esse tema pode ser bem complexo, embora pareça simples. Muita gente que faz algum tipo de mal ao outro pode dizer “mas eu não tive a intenção”, e, em um nível, isso pode ser verdade. Mas se temos uma postura de negligência ou se estamos agindo com extremo auto-centramento, será que podemos dizer que faltou aí a intenção de não prejudicar os outros? Em outra dimensão, se não há exatamente uma ação sendo feita, mas em pensamento eu desejo o mal do outro, e faço isso constantemente, será que isso não produz algo na minha realidade? ?
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O trecho a seguir é do livro “Carma”, de Traleg Kyabgon, por @lucidaletra.?
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“Outra questão fundamental na visão do Buda sobre o carma é a intenção. Ações cármicas estão intimamente relacionadas com a nossa intencionalidade. Apesar de “carma” literalmente significar ação, não é apenas a ação em si que tem relevância. A intenção com a qual os atos são realizados é, na verdade, mais importante do que a ação em si. Pode-se ver isso claramente, por exemplo, (…) em regras de conduta para monges e monjas. No caso, as ações são julgadas claramente em relação às intenções do ator, o que é muito diferente das muitas filosofias do tempo de Buda. Os adeptos do Jainismo, por exemplo, promoveram a ideia de ahimsa, que significa “não causar danos”. Eles usam (até hoje) máscaras faciais para evitar que um inseto infeliz voe para dentro de suas bocas e andam com os pés descalços para evitar pisar em formigas no chão. Não o fazem para se proteger dos insetos, mas sim para proteger os insetos do ser humano. Pode-se descrever a ideologia por trás desse tipo de ação como carma sem intenção. Mas, de acordo com o Jainismo, a intenção de matar não faz diferença, porque o ato é o mesmo — a intenção não tem relação com a consequência. O Buda pensou o contrário, e colocou um peso maior na intenção. Agir com ignorância não tem o mesmo efeito da ação realizada com intenção. Junto com essa lógica vêm ideias relacionadas à intenção: o grau de deliberação com o qual se faz alguma coisa, o grau de planejamento e premeditação. O Buda foi muito claro quanto à importância desses fatores (…).”?
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Foto: Kathmandu, por @strikerumang

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2 Comments

  1. says: Victor G R Bento

    Isso da uma bela conversa. Ate que ponto a intencao é relevante dessa forma e se posso dizer que algo foi “sem querer”.

  2. says: Fabio Wood

    Excelente post, como de costume. Jiddu Krishnamurti segue na mesma linha, dizendo só ser possível ser livre quando conseguir observar o seu comportamento e não o fazendo.

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