“Você está consciente que é condicionado? Esse é o primeiro passo a se perguntar, e não como se libertar do seu condicionamento”.
— JIDDU KRISHNAMURTI (1895-1986)
Estamos conscientes que somos condicionados? De verdade? Sabemos o que eles causam? Sabemos que agimos a partir de condicionamentos e que é assim que trazemos miséria e distúrbios pra nossa vida?
Krishnamurti é um exímio dissecador de pensamentos, parece estar sempre dando aula de anatomia mental. Aqui ele diz que se quisermos fazer contato com uma árvore, por exemplo, temos que tocar a árvore, e que qualquer nome condicionado que temos pra ela não nos ajudará nesse contato. É preciso tocar a árvore.
Como sabemos que estamos condicionados?
“Quando você luta contra qualquer tipo de distúrbio ou se defende contra qualquer ameaça interna ou externa, então você sabe que está condicionado. E como a maioria de nós está perturbado quase o tempo todo, seja superficial ou profundamente, essa própria perturbação indica que estamos condicionados”.
E não basta saber intelectualmente que se está condicionado, se a ação ainda se baseia no condicionamento.
O que fazer?
Ele menciona a atenção total, de modo que todo o campo da consciência esteja pleno, a cada experiência da nossa vida. “Como se estivéssemos como uma cobra no recinto, nós observamos cada movimento, ficamos atentos a cada mínimo som”. Isso tende a reintegrar a consciência fragmentada, e a expor o condicionamento. Como se estivéssemos tocando a árvore de novo e de novo, sem deixar espaços para a ação condicionada. Assim, é como nos entregássemos totalmente para o contato com a árvore.
Mas a maioria de nós não quer esse contato, nunca tocamos verdadeiramente a coisa. Preferimos “culpar os outros, dar explicações ou fugir de olhá-las”, como diz o próprio Krishnamurti, no mesmo capítulo do livro “Liberte-se do Passado”.
“A maioria de nós anda pela vida sem atenção, reagindo ao ambiente sem pensar, e tais reações só podem criar mais apego e condicionamento”.
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Krishnamurti…. posso dizer que quando li o livro dele que se chama A primeira e última liberdade… bateu uma deprê imensa…. agora porque bateu?? difícil explicar isto… uma sensação de ler uma verdade tão forte e olhar para si próprio e perceber o grande ego que habita em mim…. Foi um soco no estômago.