Por que não somos mais compassivos?
Ou talvez, infelizmente, tenhamos que primeiro fazer uma pergunta mais realista: porque não somos compassivos?
A compaixão é algo natural? Ou precisa ser desenvolvida?
Nós temos algum interesse verdadeiro em desenvolver a compaixão?
O psicólogo americano autor dos livros “Inteligência Emocional” e “A Mente Meditativa”, Daniel Goleman, tentou responder a essa pergunta numa palestra do TED (13min), intitulada justamente “Porque não somos mais compassivos?“, que segue abaixo com legendas em português disponíveis. Entre perguntas, pesquisas e experiências pessoais, Goleman tenta identificar onde está o problema que impede os seres humanos de simplesmente serem mais compassivos uns com os outros.
O que você responderia? Qual seria sua impressão a respeito da causa de não sermos mais conectados em termos de ação, ajuda e compreensão do outro? Por que não entendemos mais os outros? Por que não buscamos ver e ser o outro lado, sentir mais amplamente, colaborar com todos? O parágrafo abaixo contém algumas das respostas, e se você quiser ver direto na palestra de Goleman, pode passar direto à ela mais abaixo.
A resposta de Goleman inclui três fatores: a pressa, a atenção excessivamente em si mesmo e a distração. Generalizando um pouco, podemos dizer que os três são distorções psicológicas profundamente arraigadas e crescentes na cultura atual: a pressa como perceção de tempo escasso, de carência, de não-abundância, de ter que fazer muito o tempo todo; a atenção a si mesmo como uma das inflamações do ego, que se baseia na própria preocupação ensimesmada incessante; e a distração como uma fraqueza mental, convenientemente muito bem explorada e cultivada pela indústria da informação, do entretenimento e do consumo em geral (e o que não está imerso nisso hoje?). Qualquer um desses três fatores já seria suficiente para alvejar a compaixão, seja ela natural ou desenvolvida, imagine juntos. E quando falo “cultura atual”, isso pode ser um desserviço, pois estamos falando mesmo de eu e você. A cultura atual como entidade responsável por meus atos não existe. O que está em mim é o que conta. A pergunta então pode ser: porque eu não sou mais compassivo? Estou com pressa? Estou muito voltado a mim mesmo? Estou distraído?
Abaixo a palestra de Daniel Goleman no TED:
//////////