“Se você tivesse vivido sua vida inteira, até este momento, como um mudo, e você tivesse apenas um momento para falar, qual seria a mensagem que você compartilharia?”
Como você responderia a essa pergunta?
Para onde sua mente foi quando você leu essa pergunta? Buscar uma mensagem que realmente sintetizasse algo? Lembrar de algo essencial?
E onde você está nesse momento, quando lê esse texto e pensa a respeito dessa pergunta? No seu celular? Em casa? No trabalho?
No “mundo espiritual” há uma certa tendência de ilusão (ou escapismo?), que parece ser o que motiva essa pergunta feita ao Dalai Lama, uma espécie de prevalência da imaginação sobre a realidade, o “se”, a fantasia de que há algo mais grandioso e melhor do que este momento em que se vive. “Essa é uma pergunta tola“, diz o Dalai Lama, rindo (seu assistente e principal tradutor, Thupten Jinpa, ao seu lado, também ri).
“Claro que depende das circunstâncias. Se naquela ocasião, naquele momento, eu tivesse com muita fome, eu diria “Ei, eu quero alguma comida!” — responde o Dalai Lama. Logo depois, faz um gesto singelo como quem diz: “e o que mais?”
A descrição do vídeo no YouTube complementa: “O Buda disse que buscamos o profundo quando realmente tudo é muito simples. Ser iluminado é apenas estar consciente do momento e da experiência imediata”.
Veja o vídeo de 1 minuto, com áudio e legendas em inglês, e transcrição logo depois:
Transcrição:
Pergunta: “Minha pergunta para você é: Se você tivesse vivido sua vida inteira até este momento como um mundo – e só tivesse um momento para falar, qual seria a mensagem que você compartilharia?”
Dalai Lama: “Que pergunta tola!” (rindo)
“Claro que dependeria das circunstâncias. Se naquele momento eu tivesse com muita fome, eu diria: “Ei, quero alguma comida!”.
(risos)
“Qual é a próxima pergunta?”
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Desculpe, mas a pergunta foi inteligente, a resposta do Dalai Lama é que foi tola.
Se uma pessoa tivesse vivido a vida toda muda e pudesse falar por um breve momento, de forma alguma diria: “estou com fome!”, mesmo se estivesse faminta, só um tolo inconsequente faria isso.
O que muito provavelmente a pessoa, iluminada ou não, diria seria: “ESTOU FALANDO!” ou “CONSIGO FALAR” – pois ela ficaria tão maravilhada ao ouvir sua própria voz que esqueceria tudo o mais, mesmo se estivesse com muita fome.
Está desculpado, MK.
A resposta que você acha “muito provável”, apesar de eu não saber qual é a métrica da probabilidade aplicada, é boa, no sentido de que também parece estar respondendo à circunstância. Esse respeito à circunstância parece ser o ponto principal da mensagem (muito mais do que a hipótese de qual seria o texto da primeira fala). Baseado na métrica de respeito à circunstância, acho “muito provável” que o Dalai Lama gostasse da sua sugestão. :-)
hahahaha, estar desperto é viver no presente. por isso depende da situação…
Quando as pessoas perguntavam ao Buda se todo o seu ensinamento poderia ser resumido em uma única frase, ele respondeu que podia, e disse: “Absolutamente a nada se deve apegar-se”.
https://www.facebook.com/theravada.budismo/photos/a.810145169072261.1073741827.267080380045412/841746822578762/?type=3&theater
Evitar todo o mal,
cultivar o bem,
purificar a própria mente:
esse é o ensinamento do Buda.
Dhp 183
http://www.acessoaoinsight.net/dhp/dhp14.php
não achei tola a pergunta que o rapaz fez a Dalai Lama. Achei ignorância, da parte dele, em chamar uma pergunta de tola. não há tolice nesse tipo de pergunta! quem fez a pergunta, muito provavelmente, via muito sentido e significado no que estava perguntando. as santidades também erram!
Acho que seria mais interessante simplesmente ”experienciar” a sua voz, afinal, ainda não a conhece, ao invés de usar esse momento para falar algo, visto que temos outras formas de comunicação como a escrita, por exemplo.
Eu acho que cada pessoa reage de formas diferentes em situações semelhantes. Cada um é um mundo dentro de si. Jesus disse que “a boca fala daquilo que o coração está cheio” então cada pessoa tem a sua própria bagagem de prioridades e reações.
Tanto a pergunta como a resposta são bastante interessante.
Digamos que Dalai Lama, (que aqui vou chamar de Alma) e o corpo ( que vou chamar de espirito) esta faminto este experimento como uma criança que ainda não sabe falar, chora para que alguém entenda que esta com fome.Digo aqui que o espirito (aquele que esta sendo experimentado pela Alma) e que também atende pelo nome de errante, sente necessidades físicas e lógicas e o intuito da Alma é suprir essas necessidades, já que Alma não precisa falar e nem de alimentos necessita, por outro lado o errante em experimento não passa de um saco que não para vazio em pé. Temos que aumentar a sua longevidade, educa-lo…enfim. Mas ele esta indo muito bem,o errante evoluiu bastante e o estimamos tanto que tomamos o seu erro para Nós. Façamos- o a Nossa semelhança…
A pergunta não foi tola, a resposta foi dizer que é tolice perguntar para uma pessoa que fala o que diria se pudesse falar uma única vez? Ou o que diria primeiro? Como responder a isso? Qual seria a resposta correta? Pq se preocupar com uma hipótese imaginária? Esperam que ele fosse ensinar e resumir uma busca inteira em poucas palavras?