“As pessoas dizem que há muitas outras coisas mais importantes que a atenção, mas, na verdade, sem atenção nenhuma delas funciona. Como você pode ser compassivo sem atenção? Como você pode curtir a beleza de uma cena da natureza se sua mente está complemente em outro lugar?”
— Matthieu Ricard, em “One Moment Please”
O problema de desatenção ou de não controlar a própria atenção não afeta só quem tem diagnóstico de distúrbios como TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), mas muitos de nós que nos consideramos “normais” e que estamos tocando aparentemente bem nossas vidas. Os sintomas aparecem nas ansiedades do cotidiano, nas ausências sociais e insatisfações frequentes, e para resgatar o poder e a necessidade da atenção, esse vídeo abaixo foi produzido e compartilhado pelo movimento “One Moment” (Um Momento), onde estudiosos e mestres como Matthieu Ricard e B. Alan Wallace falam a respeito do resgate da atenção no mundo moderno. B. Alan Wallace já chegou a dizer em seus discursos que “nosso estado mental normal é um “distúrbio obsessivo compulsivo delusório“.
Um problema que agrava o original é o que Mattieu Ricard apresenta na sua fala, reproduzida no início desse post, e que mantém as pessoas ignorando a importância absolutamente fundamental de tomar conta da própria atenção. “Sem atenção, nenhuma das outras coisas consideradas importantes funciona”, diz Ricard. Dar de ombros agrava mais o problema. Não reconhecer que é um problema grava ainda mais. O projeto One Moment foi criado pelas australianas Susan Pearse e Martina Sheehan, que acreditam que “o frágil e precioso presente da atenção é o recurso mais ameaçado no planeta hoje“.
O vídeo tem menos de 3 minutos e vale a pena prestar atenção (legendas em português podem ser ativadas clicando no ícone de Closed Caption):
PS: Um dos eventos que aparecem no vídeo é o Mind & Its Potential, que possui várias palestras disponíveis no YouTube.
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Compartilhado por Jeanne Pill, do Equilibrando.me.
Poxa muito legal esse post. Estava fazendo uma reflexão no ônibus que este ano ainda não li nenhum livro sequer e não ando conseguindo prestar atenção em muitos textos que leria em outros momentos. Não pode culpas apenas a faculdade. Acredito que a medida que a tecnologia acelera a nossa vida, ficamos cada vez mais dispersos, sem foco. Prestando atenção em coisas que não fazem o menor sentido e deixando, como o vídeo bem diz, de prestar atenção à nossa volta.
Se deixar, nossa atenção escorre pelo ralo, Isabella. Temos que tomar conta dela. Tomar consciência, criar os espaços, dirigir melhor e mais conscientemente a energia.
Obrigado por dividir sua reflexão.
Nando
Acho que “TDAH” deveria estar muito mais entre aspas do que os “normais”. Uma vez que o “diagnóstico” de tal doença imaginada (na verdade encomendada) pela psiquiatria norte americana é uma criação sobretudo mercadológica de grandes indústrias farmacêuticas… sobretudo a medicalização da vida cotidiana no contemporâneo (queixas escolares, no trabalho ETC ETC)… qualquer referência a “falta de atenção” que remeta a esse tipo de diagnóstico “clínico” deve ser visto com olhares muito mais “atentos”. Fala sério. Gostava das reflexões daqui…
Não forme sua opinião baseado apenas em artigos sem comprovação científica que brotam em blogs sensacionalistas, meu caro (a). TDAH, existe sim, com alterações neurológicas comprovadas, como o desiquilíbrio de neurotransmissores, por exemplo. Há uma grande quantidade de casos que são equivocadamente diagnosticados, porém, esse é outro problema! Sugiro que se informe melhor! Ah, um adendo: o artigo acima se refere a falta de atenção à vida de uma maneira em geral, e não ao TDAH ;)
“A Testemunha Silente” – em resposta a afirmação de B. Alan Wallace: “nosso estado mental normal é um “distúrbio obsessivo compulsivo delusório”. (sic) ouso comentar:
O exercício da “Testemunha Silente” é capaz de acalmar a mente e eliminar os pensamentos que surgem invariavelmente quando tentamos meditar. É bem simples:
“Quando for para a cama, ao fechar os olhos para dormir volte sua atenção para os sons que estão distante. Um cachorro late longe, bem longe de sua casa. Agora você o está ouvindo.O guarda noturno apita, muito longe de onde você esta. O som do vento, fora de seu quarto (naturalmente). Você se surpreenderá com a variedade de sons que estão muito distante de sua casa. É evidente que isso dependerá do lugar em que você mora, mas seja numa metrópole agitada ou num sítio isolado, você descobrirá que existem sons que você jamais pensou existirem. E parece que a mente, ao seguir para o sono, faz você se sentir mais disposto e com o corpo leve ao amanhecer.
Toninho Claro – Lins, sp