Henrique Lemes é um cara que gosta de andar de bicicleta, que faz meditação e também que passou dois anos de sua vida em retiro meditativo, sob orientação do Lama Padma Samten, fundador do Centro de Estudos Budistas Bodisatva (CEBB) e discípulo do mestre Chagdud Tulku Rinpoche (1930-2002). Num vídeo gravado depois do seu retiro, em visita ao CEBB de São Paulo, e intitulado “O que aprendi observando a mente“, Henrique deu um depoimento que é uma conversa descontraída, rica e generosa sobre sua experiência e alguns de seus insights, que abrangem o confronto com os obstáculos da sua vida, sua identidade, suas relações, as maneiras como reagimos aos acontecimentos do mundo e sobre o “caminho espiritual. Henrique está realizando um mini-curso em São Paulo nestes dias 19 e 20 sobre “Os cinco elementos no caminho da meditação” (mais informações no CEBB-SP).
Além de gostar de andar de bicicleta e fazer meditação, Henrique Lemes é sociólogo formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tutor do Programa de Formação de Facilitadores do CEBB e coordenador do CEBB Darmata (Timbaúba-PE).
“Meus amigos que não são budistas ficam perguntando: e agora? o que é que você é? (…) Porque (depois do retiro de meditação) a gente fica com uma imagem, porque a pessoa vai ganhando um título, à medida que vai fazendo alguma coisa, que é a visão que a gente tem na nossa cultura. Então a pessoa faz uma coisa dessas (ficar em retiro por dois anos) é como se agora galgasse um posto no quadro de funcionalismo budista, né. Agora eu sou outra coisa que eu não era, uma outra identidade. É assim que a gente se relaciona, as pessoas se encontram e perguntam umas pras outras o que é que elas fazem, o que elas são, a gente sempre responde a identidade profissional. (…) O que é que você é? Ah, eu sou advogado. Eu sou médico. Eu sou alguma coisa, a gente… eu gosto de andar de bicicleta, mas você vai dizer isso pra pessoa, não funciona”.
~ Henrique Lemes, em “O Que Aprendi Observando a Mente”
Assita ao vídeo com Henrique (31min):
CRÉDITOS
Concepção: O Lugar
Videomaker: Luiza de Castro
Design: Fábio Rodrigues
Agradecimentos: Lama Padma Samten e Centro de Estudos Budistas Bodisatva
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Compartilhado por Mirna Grzich.
Maravilhoso esse compartilhar de experiência! Transmitiu ricamente o comportamento da mente diante das emoções e o controle da mesma. E o mais fantástico é quando ele diz:”…treinar a mente pra ela andar melhor no mundo…fazer ação no mundo…fazer com que isso alcance mais pessoas…”. E isso me remete ao seguinte pensamento: todos nós somos mestres uns dos outros, é só saber interpretar os sinais…os mais experientes nessa prática, ajudam muito mais.
Nando, gratidão por compartilhar esse momento especial para nosso crescimento interior.
Abraço:)
Que interessante sua experiência,obrigada por compartilhar!
Lembrei do curso de meditação Vipassana, que fiz em 2006. Foram 12 dias de retiro, convivendo com outros 29 colegas (14 homens e 15 mulheres, separados por alojamento, e áreas de convivência). Silêncio total. Observar os pensamentos o tempo todo e praticar a técnica de meditação.
Pensamento para o Dia 15/11/2013
“Normalmente, quando lhe perguntam onde Deus está, você aponta para o céu ou algum lugar distante de adoração e diz que Ele está lá, como se Ele fosse apenas uma pessoa e tivesse um lugar definido de residência. Todo indivíduo no planeta é essencialmente Divino. É a ilusão que tem levado aquele que é Narayana swarupa (encarnação de Deus) a imaginar e se comportar como se fosse apenas um nara (humano). Para remover a ilusão, existem vários meios adequados às necessidades de cada doente. Mas todo tratamento e toda luta são para conseguir a experiência de ser Narayana, e descartar a entidade limitada, aprisionada e relativa, nara. Essa é o único proveito gerado por todos os vários processos. Até que alguém compreenda a si mesmo, a ilusão e a dor resultantes não podem acabar. Aproveite essa oportunidade preciosa, invista tempo para compreender a si mesmo.”
Sathya Sai Baba