“O Dharma não tem nada a ver com religião”: Gesar Mukpo (filho de Chögyam Trungpa) e os desafios da nova geração

Seria ele a novíssima geração dos grandes ancestrais? Nascido nos Estados Unidos (em Boulder, Colorado) em 1973, terceiro filho do venerável mestre tibetano Chögyam Trungpa Rinpoche (1939-1987) e reconhecido como a 11ª encarnação de Shechen Kongtrul Rinpoche (que era o mestre original de seu pai), Gesar Mukpo é um representante da tradição tibetana no Ocidente, nascido no Ocidente e “dignatário” do legado de seu pai, que foi um dos principais missionários da sabedoria tibetana nos Estados Unidos. Em entrevista à revista Vairochana, publicada no início deste mês, Gesar fala da infância com seu pai (e do peso que ele sentia sendo um decendente direto de um líder tibetano) do seu filme Tulku (2009), e fala dos desafios que vê da nova geração, uma que ainda constrói muros e isolamentos ao invés de beneficiar os outros livre e abertamente.

Num dos trechos da entrevista, que segue abaixo traduzido, Gesar fala da sua visão do “Dharma” e a compara de maneira simples com o trabalho sincero de um médico como conhecemos no Ocidente. A referência que Gesar faz ao termo “Dharma” é uma renovação pela essência do seu significado – e que lembra o sentido de “Sanátana Dharma“, ou “verdade eterna universal”, termo que tem relação com a expressão ocidental “Filosofia Perene” (também o título de um livro de Aldous Huxley).

Segue o trecho. Para ler a entrevista completa (em inglês), clique aqui.

“O Dharma é na verdade apenas uma experiência humana que não tem nada a ver com o Tibete. Não tem nada a ver com religião. O Buda compartilhou uma sabedoria que é universal e é absolutamente arrogante pensar que essa experiência pertence a alguém. Você olha para qualquer dos grandes professores como Matthieu Ricard escrevendo livros com cientistas. Há conferências de múltiplos credos – essa é a direção que deveríamos estar indo. Você pode estar pensando que não está levantando um muro mas estamos levantando muros que nos separam e nos definem porque não temos identidade própria de outra maneira. Não é que possamos parar isso completamente mas e hora de reconhecer isso é dar uma olhada na direção que o mundo está indo e realmente nos questionarmos sobre como podemos nos beneficiar disso. Acho que só podemos nos beneficiar e fazer a diferença sendo abertos e não através do isolamento ou da criação de limites. Esse é um enorme desafio e está em andamento e se você encontrar pessoas que dividem essa experiência com você, essa motivação, não há jeito de você fazer mal a alguém não importa sua tradição, não importa seu background. Cada um tem seu caminho completamente individual. Eu estava lendo sua revista e há esse médico que faz cirurgia ocular em todas essas pessoas. Ele está ajudando tantas pessoas e não está fazendo por causa de uma fé em particular. Ele está fazendo porque ele quer ajudar as pessoas e ele está realmente fazendo a diferença porque ele decidiu fazer isso. Eu tenho uma admiração incrível por pessoas como essas porque elas não está forçando a própria agenda nos outros; elas estão usando as habilidades que tem para fazer a diferença”.

~ Gesar Mukpo, terceiro filho de CHögyam Trungpa Rinpoche, em entrevista à revista Vairochana

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13 Comments

  1. says: Paula

    Muito interessante!

    Na minha opinião a palavra Dharma é apenas um conceito que você termina utilizando para manter uma comunicação entre as pessoas. Se você tira essa idéia de conceito nos sobra uma vontade, uma vontade de fazer algo pra beneficiar as pessoas, isso brota no coração da gente sem nenhum esforço.:)

  2. says: Tetéia Atéia

    Creio que é por ai mesmo que as coisas devam andar hoje em dia, com as religiões percebendo que falam do mesmo objetivo com linguagens diferentes. Já citei, mas esse livro vale a leitura para quem se interessa em ver as semelhanças na raiz, e não as diferenças na superfície das religiões organizadas (e institucionalizadas) no mundão: https://www.createspace.com/4039328

    meu mestre, Chunyi Lin, é cristão, até pq foi uma senhora cristã que o salvou quando criança na china comunista, e deu de comer a ele e aos irmãos dele, quando os pais dele foram perseguidos e ele e seus irmãos jogados na rua na condição de que quem o alimentasse seria tratado como traidor da revolução, só uma senhora chinesa cristã teve coragem de ajudar as crianças famintas largadas nas ruas. Dai a aproximação dele com o cristianismo.

    Mas mesmo assim, sem preconceito, ele estudou por mais de 20 anos na china e no tibet com mestres daoistas, budistas e xamãs da tradição bon, e desenvolveu um método simples e suave de prática (para quem se adequa a ele, nem todo mundo se sente confortável com o método dele, oq é normal tb). Quando lhe perguntam se não há problema de ele ensinar alguns dos “segredos” da alquimia interna de modo fácil e didático, ele sempre diz sorrindo, “eu não faço parte de nenhuma franchising religiosa”. E é interessante ver como há desde cristãos, a daoistas, budistas, judeus, gnósticos (como eu, uma pessoa gnóstica-daoista-erisiana)até ateus, que nos últimos anos se interessaram por suas técnicas de cultivo e meditação, pois ela foca em você se conectar com SEU mestre (seja ele quem for pra vc, Buda, Jesus, Chuchunyi Lin, Pitágoras, Sofia, Valentino, Maniqueu, etc, ou mesmo até o goku do dragon ball Z, meu helói), pois seu mestre é, antes de tudo e acima de tudo, seu simbolo de ligação com o vazio sem forma que a tudo origina e mantém, e tb foca em você buscar encontrar aquele ponto de contato com a inteligência infinita do universo enquanto universo vivo (meio um deus tipo o d Espinoza/Einsten). No daoismo, esse contato com a inteligencia infinita se dá via o hsing-hsing, que passa pelo sentir pulsar seu coração e o tálamo em sincronia, de modo que há um transe constante. O anapana budista gera esse mesmo efeito com o tempo tb. Técnicas diferentes, religiões diferentes, nomeclaturas diferentes, fisiologia humana, objetivos de transcendência iguais. :)

  3. says: norma7

    Eu tenho uma admiração incrível por pessoas como essas porque elas não está forçando a própria agenda nos outros; elas estão usando as habilidades que tem para fazer a diferença”.

    ~ Gesar Mukpo,

    Eu também, Senhor, eu também!

    __/\__ Norma

  4. says: Antônio Luiz Rodrigues Pinto

    Moral da história: é fazer o bem sem olhar a quem.A única restrição que faço é saber diferenciar religiosidade de espiritualidade que são duas coisas bem diferentes e até mesmo opostas. Quem tiver dúvida é so me enviar um e-mail (prof.antonio_luiz@hotmail.com)

  5. says: Adilson

    O Deus de Amor que está em mim, saúda o Deus de Amor que está em vocês!

    O Dharma pode ser compreendido como o Caminho, único para cada um, em que permitirmos que nossos talentos e habilidades sejam colocados à disposição e em proveito da Vida, sem qualquer expectativa de retribuição ou proveito próprio.

    Inicialmente, é inevitável que haja alguma “contaminação” egóica em nossas intenções, ações e omissões, mas ao avançarmos no Caminho, nossas energias são purificadas, transmutadas– não por mérito nosso – mas, pelo Próprio Dharma, de modo a podermos “suportar” um “grau” maior de Presença (Búdica) em nosso “campo vibracional”.

    Só o Vazio em nós, pode tornar possível este modo de Ser e estar. É um Fluxo Poderoso, mas Suave e Cuidadoso; É repleto de Alegria, mas escondida sob um manto de Profunda Serenidade.

    Vence, supera ou contorna os obstáculos sem usar de qualquer violência e sem demonstrar a menor hesitação. Quando estamos cumprindo inteiramente o nosso Dharma não temos dúvidas nem receios, porque não tememos falhar. E não tememos falhar porque não temos desejos ou metas pessoais. Apenas seguimos o Fluxo.

    Quanto mais profundamente nos entregamos ao Dharma, mais nos esquecemos de nós mesmos. Quando não houver mais nenhum vestígio de um “eu egocentrado”, estaremos totalmente libertos, totalmente despertos, totalmente integrados no UM, e então, conheceremos A Verdade, O Vazio, A Paz que está além do entendimento.

    Gratidão, com muito Amor.

    1. says: norma7

      Oi Adilson.

      “Sua jornada moldou você para seu bem maior, e foi exatamente o que precisava ser. Não pense que você perdeu tempo. Não existem atalhos para a vida. Foi necessária cada e toda situação que você encontrou para trazê-lo para o agora. E agora é o momento certo.
      Asha Tyson”

      +++++++++

      Sendo “agora o momento certo” : Que bom que vc apareceu!
      Sabe algo sinestésico, (quer dizer, apelando para vários sentidos ao mesmo tempo, com o intuito ostensivo de impressionar pelo maior número de sentidos)? Foi o que me passou o abaixo, apesar da singeleza do material utilizado p/passar a msg (oi?):

      http://youtu.be/kWIFqYqTEhA

      e que me trouxe à lembrança a energia de alguns. Entre eles você. Espero que te compraza à Alma, já que o Adágio de Albioni é muito bonito e… você verá.
      Fique bem, Norma

  6. says: Adilson

    Oi, Norma

    Muito interessante e comovente a mensagem sugerida. O Adágio de Albinoni é realmente muito profundo, a beleza nostálgica de sua melodia me transpassa a Alma.

    Agradeço também por tuas palavras.

    Acolha o teu Dharma com todo o teu Coração e fique bem

    1. says: norma7

      Oi, Adilson:

      O vídeo foi para compartilhar contigo uma sensação.
      Queria que fosse em ‘bloco’, não em palavras (ando sem paciência para ser ‘distraída’ pelo óbvio – rs), nem pelo usual “eu tenho, você não tem!”, já que eu tb não tenho e, “Rezem por mim!” é a dica/o toque, não pelo posto de Pastor e sim, pela constatação da ‘pastagem; da trilha pessoal a percorrer e a do ‘rebanho’, agravado pelo desuso do emprego de ‘bodes expiatórios’, em vigor, enquanto cresce a responsabilidade pessoal. Pisc* (= piscadinha)

      Há algo alí. Tipo: uma sombra vista de soslaio, vinda do corredor, quando se vai à cozinha… (Sem ligação com religião criada PELOS seguidores e sim, com a consciência, de quem só se preocupa em SER – do 1º, o branco).

      Certos ‘caminhos’ de dinâmica coletiva, independentes de quem sejam os participantes – negros ou brancos, c/no vídeo -, já que todos são realmente componentes da ‘trama’ da Vida (uma peça com mais de 7 bilhões 169 milhões e… segundo o “Worldometers”, de personagens) e bem além dos desafios individuais, que se repetem, alternando os protagonistas, é porque sua essência AINDA não foi devidamente assiminada e portanto, cumprida, certo? (é uma pergunta, para todos que quiserem)
      Porque ainda não aprendemos que possa ser realizada pelo Amor (incl. respeito ao diferente) e não pelo anestesiamento da Dor (incl. destroçando /eliminando o diferente)? É isso?

      Quem completa o ‘caminho’, quem SE TORNA o próprio caminho se liberta do caminhar… Mas é tão mais fácil seguir do que ser responsável pela pp rota… É por aí?
      (mesmo, sem saber, correndo o risco de se transformar em um desavisado Seguido)

      Que bom que vc gostou!

      Adilson, que tudo que tu contemplas com Amor, seja a tua benção e tua proteção!
      Cuide-se: “És precioso aos meus olhos” (Jesus Cristo)
      Até breve, Norma

      Nota: Ah.. a admiração do pequeno ao ver que não conseguia ‘macular’ às vestes… <3

  7. says: Adilson

    Olá, Norma, olá, amigos,

    O que parece ter irritado acima de tudo os “cinza”, é que eles não conseguiram tornar o “branco”, igual a eles. Diante da afronta, do insulto, da insubordinação à ordem estabelecida, representada pela recusa do “branco” em se tornar “cinza”, ou seja, em abrir mão de si mesmo para igualar-se aos demais, só encontraram uma saída: destruir o diferente e assim, restabelecer a “igualdade”, a dignidade e a tradição que havia sido “quebrada”, desrespeitada, transgredida!

    Mesmo depois de completamente destruído, o “branco” recompôs-se e passou a irradiar ainda mais a sua “brancura” a qual se tornou luminosa. Como não podiam mais destruí-lo, só encontraram uma saída: idolatrá-lo.

    Querida Norma,

    Vejo que você adotou uma postura profundamente questionadora. Isto é bom! Mas convém equilibrá-la com um pouco de Fé. (no sentido que Jesus utilizava esta palavra).

    Cada um de nós é uma mensagem viva, mas está escrita numa linguagem única, sem paralelos e com muito pouca semelhanças com as demais, quer na fonética, quer na gramática. De modo que só há uma forma de compreender a complexa e desafiadora forma de “ser” do “outro”: com muita humildade, respeito, e uma pitada de Amor.

    Mesmo assim será necessário muito esforço e perseverante boa vontade para decifrar (pelo menos uma parte d) a intricada e inexplicável estranheza que representa “o outro”, para cada um de nós. Cada um de nós vê-se, revestido de um “eu”, ou seja, dentro de um Universo Paralelo inacessível e incompreensível para os demais!

    Caso você(s) se disponha(m) a tentar decifrar meu modo de ser e o método que eu uso para entender a mim mesmo, ao outro e à Vida, então, continue(m) a ler. Tentei deixar “pistas” nas entrelinhas, que pudessem ajudá-la a encontrar dentro de você(s) mesma, as respostas que você busca.

    Tente(m) encontrar a essência da mensagem que está “escondida” no texto, sem se deixar incomodar, intimidar ou se apegar às palavras que contém. Use a forma (as palavras) apenas como indicativos na maneira e direção com que poderia utilizar a tua mente de modo a “decifrar seu conteúdo oculto” mais facilmente.

    Não acredite nas palavras que utilizei, nem lute com elas. Não se defenda desnecessariamente delas, pois elas não foram oferecidas a você(s) com o intuito de atacá-la(os), de nenhuma forma. Também não se obrigue a compreendê-las, menos ainda, em aceitá-las. Apenas permita que eu esteja com você(s), com o máximo que você(s) puder(em) suportar de proximidade. Isto é muito difícil de fazer, mas não é impossível. Talvez, seja o único caminho válido para todos nós. Caso se decida a tentar, “boa sorte”.

    ***

    Poucos são aqueles capazes de “olhar” para o mundo, mantendo-se conscientes de que não existem cores, de fato, exceto em nossas mentes, que percebem como visíveis as ondas do espectro electromagnético de determinado comprimento e frequência, e após transformar esta percepção em impulsos elétricos, interpreta estes impulsos elétricos, criando uma ilusão de óptica a que damos o nome de cores.

    O mundo que percebemos com o auxílio dos órgãos dos sentidos é uma simples criação mental, uma ilusão projetada pela mente a partir de seu contato com a matéria e com a energia – com a ajuda do corpo e do cérebro.

    Amamos e odiamos as cores e as formas de todas as coisas, e também os sabores, os perfumes, as texturas e os sons. Mas nada disto é real. Não podemos penetrar a Realidade a partir das limitações do corpo ou das ilusões da mente. Tudo o que podemos perceber da Realidade, é uma ideia ilusória, construída pela mente, uma ideia efêmera, instável, precária e impermanente.

    O que percebemos são apenas interpretações de impulsos elétricos. No entanto, nos deixamos perturbar e escravizar pelas sensações físicas e emocionais. Lutamos, matamos e morremos para defendê-las ou combatê-las, para produzi-las ou extingui-las.

    A ilusão da separatividade nasce e está profundamente vinculada a estas interpretações ilusórias e é, igualmente, uma criação da mente. Não estamos separados do restante do Universo, mas nos vemos como distintos e independentes. Esquecemos que respiramos o mesmo ar e que somos compostos da mesma matéria, que desenvolvemos em conjunto durante milhões de anos e estamos sob os efeitos do mesmo DNA, que fomos construídos a partir do mesmo Arquétipo, e que trocamos matéria e energia ininterruptamente, uns com os outros, dentro da mesma dimensão de espaço tempo do Universo.

    Os “outros”, na verdade, são representações “vivas” de aspectos rejeitados de nós mesmos, com os quais precisamos nos reconciliar, para que efetivamente possamos “curar” nossas Almas. O Amor Verdadeiro é o único Poder capaz de nos possibilitar esta “Cura” e nos reunir, nos “re-ligar” entre si e à Fonte.

    Mas frequentemente, somos incapazes de “reconhecer” esta Dádiva. O outro passa a representar o “culpado” (ou a “salvação”) por tudo o que rejeitamos em nós mesmos! Então rejeitamos o “outro” ou o idolatramos, de qualquer forma nos distanciamos infinitamente dele.

    Com base nas ilusões da separatividade, surgem as crenças, os conceitos e preconceitos. Com base nestes conceitos e preconceitos surgem as comparações e julgamentos; com base nas comparações surge o egocentrismo e deste surgem o egoísmo, a inveja, o ódio, e todos os demais “pecados capitais”, que são “metabolizados em nosso corpo físico, energético, emocional e mental” e, com a “geração” destas energias desarmônicas e violentas, surgem todos os crimes, crueldades e injustiças.

    As leis da natureza e os mecanismos biopsicológicos, filosóficos e espirituais envolvidos neste processo de encadeamento de causa e efeito, já são reconhecidos pela física, pela biologia, pela medicina, pela psicologia, pela filosofia e pelas religiões, respectivamente.

    Se pudermos integrar este “conhecimento” às nossas vidas práticas, talvez nos seja possível atuar com um pouco mais de Inteligência (Sabedoria), serenidade, empatia e aceitação mútua, em todos os nossos relacionamentos.

    Outro modo de dizer isto, muito utilizado pelos Mestres, é dizer que o mundo exterior é apenas um espelho que reflete a “realidade” do nosso mundo interior.Isto tem sido repetido, mas não vejo este antigo ensinamento ser incorporado em nosso modo de ser e estar no mundo ou de “olhar” para nossa experiência no mundo.

    Nos conflitos interiores estão as origens, as raízes dos conflitos que “manifestamos” e vemos no mundo. Isto é muito claro! Entretanto, é muito mais fácil e aceitável para nós, projetar a nossa “feiura” e as nossas deformações e falhas no mundo exterior, do que aceitar as nossas próprias imperfeições pessoais. No entanto, a Cura exige muito mais que isto, é necessário assumir a responsabilidade pela criação e também pela correção ou superação de nossas imperfeições pessoais.

    Tudo isto é muito difícil e doloroso de fazer. Por esta razão, tentamos desesperada e inutilmente mudar a imagem refletida no espelho, tentando “consertar” o espelho, tentando consertar o mundo, tentando consertar o “outro”, tentando fazer com o espelho reflita aquilo que queremos ver ou, em última instância, tentamos eliminar aquilo que parece contradizer nossas crenças e esperanças, isto é, tentamos eliminar o “outro” – fisicamente ou, pelo menos, psicologicamente.

    Para superar este equívoco que é fonte inesgotável de conflito e sofrimento interior e exterior, para que seja possível atuarmos diretamente sobre as causas (que estão em nós mesmos), faz-se necessário conquistar, antes, a maturidade emocional e o discernimento espiritual, ambos, filhos do Amor Verdadeiro.

    É preciso desenvolver pacientemente o “trabalho Interior” e alcançar o “Ouro Alquímico” através da transmutação da matéria bruta das energias vivas (animais) que nos manifestam.

    Este “Ouro”, que é o Amor Verdadeiro, é a Base de que são “feitos” os Tesouros Espirituais, também conhecidos como Humildade, Paciência, Fé, Compaixão, Perseverança, Contentamento, Gratidão e Alegria.

    Segundo os Mestres, este é o Plano Divino para nós, e que aponta para um Destino Glorioso e Infinito. Podemos cooperar conscientemente fazendo diligentemente a “nossa” parte no Plano, e assim avançar rapidamente para a Meta, ou, ao contrário, podemos escolher opor-Lhe máxima resistência e retardar indefinidamente a sua realização, em nós.

    Esta escolha fundamental, consciente ou inconscientemente, está sempre em nossas próprias mãos! (eis o nosso “livre arbítrio”). As Leis Superiores estão sempre do “nosso lado”, mas somente permitem os erros que forem absolutamente necessários para o nosso aprendizado e aprimoramento (eis o nosso Karma),e somente até os limites que podemos suportar (eis o nosso Dharma).

    Espero que estas palavras possam ser úteis.

    Fique(m) bem

    1. says: norma7

      Oi, Adilson Querido (vc começou. Chamou de ‘querida’ primeiro!*),

      1) Obrigada pelo teu retorno sobre o vídeo. Tenho referências/ premissas/ponto de partidas diferentes (Fernão Capelo Gaivota, do R.Bach (Em uma última parte do livro, Fernão, em um gesto altruísta, resolve voltar e ensinar outras gaivotas na Terra, praticando o perdão, o bem e o amor em uma grande experiência de aprendizado e com resultados louváveis.), conhecimento de certos posicionamentos astrológicos pesados e outras variáveis) e cheguei a algumas interpretações um pouco diferentes. Há muitos elementos simbólicos, a começar pela música. O Adágio é um réquiem. Qdo se vê com o sound off a ‘vivência’ é outra. Mais uma vez, grata.

      2) O restante do teu texto vou lê-lo em momento mais apropriado.
      Apenas gostaria de me referir a sua frase:
      “Mas convém equilibrá-la com um pouco de Fé. (no sentido que Jesus utilizava esta palavra)”

      Caracterizando-se aí um clássico caso do ‘Eu tenho, Você não tem!”? – rs , conclusão que vc chegou com muitos poucos dados. Diferente de mim, que disse ter sentido a tua energia, sem o olho no olho, mas por ser positiva; disse. PISC*

      Aqui, no mundo virtual, onde pessoas não confiam nem em expor os seus nomes próprios, que dirá a sua ‘saga’ pessoal, é um lugar que, aparentemente, se você não está vendendo, nem comprando, você é o produto, é mais difícil falar, mas senti um real carinho da sua parte então, tranquilize-se, em matéria de Fé, eu vou muito bem, obrigada!

      (*) Ser espiritual não significa ser sério no sentido de sisudo. Precisa sim, ser sério = correto, fiel ao que acredita e leal aos seus princípios . Um beijo pra ti, Nac.

  8. says: Adilson

    “A verdade passa por três estágios.

    No primeiro, ela é ridicularizada.
    No segundo, é rejeitada com violência.
    No terceiro, é aceita como evidente por si própria. ”

    Arthur Schopenhauer

    Olá, Norma,

    Aprendi muito com suas palavras.
    Agradeço imensamente por suas reflexões, indagações, questionamentos e ensinamentos.

    Peço humildes desculpas se dei a impressão de que a julguei. Esteja certa de que não foi esta a minha intenção.

    Fique bem!

    “Olhar outro ser humano sem a interferência do pensamento é uma coisa bela e uma maravilhosa prática espiritual até que não venha a ser mais uma prática espiritual, mas um modo natural de interação com outro ser humano sem a interferência de rotular, julgar, sem o que eu quero de você, sem o que você pode fazer para mim…
    Tão somente olhar, dar atenção…
    Não há mais o senso de separatividade.
    Isso é o que o Dalai Lama chama de “gentileza” que é em realidade uma gentileza amorosa que desponta subitamente.
    Porque para a gentileza amorosa estar lá, a ilusão de se ser uma entidade totalmente separada precisa ir.
    Porque a totalmente separada entidade não pode ter gentileza amorosa.
    Ela pode até tentar ter a gentileza amorosa, mas não por muito tempo.
    Então essa é a beleza disso.
    Então você é uma parte essencial do Universo despertando.
    Então quando eu desperto o Universo ao meu redor esta também despertando e tudo em que estou envolvida também.
    Sim, sim.
    Não somente as mudanças em seu redor, mas também porque todos os seres humanos estão em conexão profunda,
    tal que uma transformação de consciência num ser humano afeta os outros, mesmo que não tenham conexão direta com você.
    Porque isso é parte da Consciência coletiva da humanidade.”

    Eckhart Tolle

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