Em apenas algumas semanas de publicação no site do TED Talk, esse intenso e poético (e engraçado) manifesto anti-bullying do escritor e músico canadense Shane Koyczan, baseado no seu poema animado “To This Day“, já foi assistido mais de 800 mil vezes e continua a se propagar pela rede. Em 12 minutos, Shane conta parte da sua história – e, no subtexto, a história de várias crianças hoje adultas (quantos de nós?) e de outras ainda crianças (quantos de nossos filhos?) – com o bullying, e caminha com graça e poesia (e momentos de grande intensidade dramática) para a redenção “dos que venceram” as pressões e as tristezas e as feridas na auto-estima que nasceram nessa infância sagrada e desafiadora.
Shane Koyczan é autor de “Stickboy”, “Our Deathbeds Will Be Thirsty” e “Visiting Hours”, selecionado pelo jornal inglês Guardian para a lista dos Melhores Livros do Ano. Essa palestra, como ele disse num tweet recente, “não foi o ponto alto de uma carreira, foi o ponto alto de uma vida“.
(…) Fui criticado tantas vezes que tenho vertigem apenas por me defender. Mas foi isso que nos disseram. Defenda-se. E isso é difícil de fazer se não se sabe quem é. Esperam que nos definamos muito jovens, e se não fizemos isso, outros o fizeram por nós. Esquisito. Gorducho. Vadia. Bicha. E ao mesmo tempo em que disseram o que éramos, perguntaram: “O que quer ser quando crescer?” Sempre achei essa pergunta injusta. Ela pressupõe que não podemos ser o que já somos. Éramos crianças. (…) Quando tinha 14, fui aconselhado a pensar numa carreira profissional. Disse: “Gostaria de ser escritor.” E disseram: “Ache algo realista.” Então disse: “Lutador profissional.” E disseram: “Não seja imbecil.” Eles me perguntaram o que queria ser, então me disseram o que não era para ser.”
~ Shane Koyczan, TED Talk 2013
Segue a palestra, com legendas em português:
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Não sei porque não aparece a legenda na maioria dos vídeos.
Quanto um Poeta fala sobre a dor (rejeição – apontada como a pior e comum a todos, suplantando o Medo da morte, doenças, etc., segundo a turma que lida com a psiquê) sentida por bullying, por não fazer parte do grupo (o grupo protege), por se apontado como diferente por seus próprios pares, numa fase de transição tão frágil como a da pré e adolescência, qdo todos querem ser tão iguais e não fugir do ‘padrão’ vigente, para ser inseridos na ‘alcateia’, fica melhor desenhada para mim, do que quando por especialistas da área. Gostei!
Os dotados acima da média, os que se sobressaem em algum aspectos e até mesmos os ‘lindos’ – também sofrem, principalmente se não tiverem Egos do tamanho de Catedrais Góticas e não forem totalmente voltados para coisas mundanas.
(Observei uma adiposidade concentrada em seu abdomen. Fala aê – L.Hay e Valcapelli: É por ‘proteção’ que ele continua mantê-la?)
Ele chorou no final da palestra. Vi mais que emoção. Vi um certo alívio: Afinal, se todo mundo tem medo de ser rejeitado, ele agradou, foi aprovado, sentiu-se querido e porque não, amado. Os aplausos falaram disso. Ele não é a pessoa mais indicada para estar em cima de um palco italiano (carisma), mas foi perfeito ao assumir à posição de centro de sua palestra s/o seu sofrimento, tão atual.
Aos 3.40 – “Como um bumerangue, algo que amo voltou para mim” (até pausei o vídeo – rs). Não. Não voltou, porque nunca partiu..Ficou orbitando ao seu redor até que a ideia amadurecesse, a coragem chegasse e com a ‘correção de rumo’,seguisse por sua trilha.
Agradecida. Norma
Foi emocionante o vídeo dele!!
Nada melhor de sermos nós mesmos…
Para uma criança isso é difícil.
Parabéns.
Um grande objetivo ao ser alcançado é mitigar os preconceitos…
:)
Lembro-me ainda hoje, com meus apenas 72 anos, de dois apelidos que recebi de dois alunos “gozadores” (perdoe-os Seres Sagrados, pois eles não sabiam os efeitos trágicos do que faziam!!), no primeiro ou segundo ano ginasial, quando, na matéria geografia, a professora Dona Ceci ensinava sobre os cruzamentos de etnias diversas que formam, ainda hoje, a mandala da sociedade brasileira. Mameluco e Cafuso, foram os dois apelidos, que o Shepa e o Lordello me batizaram. Vejam, é claro que isso não me diz absolutamente NADA hoje, mas, na época, ~~ 11 ou 12 anos, e alguns anos que se seguiram, eu ouvia vozes “mamelucooooo…”, “cafusooooo….”, mas que me permitiu lembrar dos apelidos, dos autores dos mesmos e seus nomes ao assistir o curto mas GRANDIOSO vídeo que você assistirá no link abaixo