Em 1969, um ano antes de sua morte, o filósofo e lógico britânico Bertrand Russell (1872-1970), conhecido antagonista da religião, se vestiu de Moisés do novo pensamento e criou 10 mandamentos que chamou de “Um Decálogo Liberal” (“A Liberal Decalogue” está no livro “The Autobiography of Bertrand Russell”, Vol. 3: 1944-1969, pp. 71-2, e sua primeira versão apareceu primeiro em dezembro de 1951, num artigo para a New York Times Magazine intitulado “The best answer to fanaticism: Liberalism”). “Um novo decálogo não tem intenção de substituir o antigo, mas de complementá-lo”, disse ele. “Os 10 mandamentos que, como um professor, eu desejaria promulgar, poderia ser definido como o seguinte”:
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UM DECÁLOGO LIBERAL (“A Liberal Decalogue”)
Por Bertrand Russell
1. Não tenhas certeza absoluta de nada.
2. Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.
3. Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso.
4. Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória dependente da autoridade é irreal e ilusória.
5. Não tenhas respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.
6. Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas, pois as opiniões irão suprimir-te.
7. Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.
8. Encontra mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.
9. Seja escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentares escondê-la.
10. Não tenhas inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.
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Porque traduzir na segunda pessoa? Me parece que vc é brasileiro, creio que seria mais adequado traduzir para a terceira pessoa.
ps. o blog como um todo é sensacional. o comentário anterior foi só um sinal da minha frescura.
pps. ou meu preciosismo. que é uma forma de frescura.
Grande Bertrand Russell….
Como sempre dialéticamente perfeito.Conceitos são estabelecidos, para durarem não mais que o necessário. Quanto ao Dimas: Tá de sacanagem heim companheiro tudo é uma questão de semântica!!!! Cuidado “frecura” aquí na Bahia tem outro nome heim? Tô brincando….Um fraternal abraço