Quando se vê…
“A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre, sempre em frente…E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.“
~ Mário Quintana, “Seiscentos e Sessenta e Seis” *
(*) Obs: O poema publicado originalmente continha 5 frases extras que não são de autoria de Mário Quintana, mas adicionados por alguém posteriormente. O esclarecimento foi feito graças à contribuição de Dinhoramone, Rosa Maria e Rosangela Aliberti, nos comentários abaixo, a quem sou grato e peço desculpas pela reprodução, que também havia sido feito por Antonio Abujamra, cuja reprodução abaixo também contém os trechos extras.
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Compartilhado por Amanda Arias Assumpção, via Antonio Abujamra.
Perfeito!
Refrigera a alma sair da mesmice…
O tempo fora da noção do tempo, numa linguagem simples,
comum a todos nós. Quintana é fantático.
Quanta coisa bonita, quanta sabedoria às vezes brota na cabeça de um ser humano. Inspiração…
Agradeço a Nando Pereira…Preciosa oportunidade de deixar os meus sinceros sentimentos de admiração e pura emoção de reviver
Mario Quintana.
Bem-vinda Itamaraci, e obrigado pelas palavras.
Sempre que venho aqui leio o poema inteiro, parece sempre a primeira vez.
E quando se vê…
Um abraço,
Nando
Boa noite pessoal, olha esse “pseudotexto” de internet é realmente bonitinho, e eu diria até um pouco “tocante” não desmerecendo é claro a triste alma que teve a infeliz e incrivelmente ridícula idéia de tentar “completamentar” um dos mais desconcertantes textos de Quintana.
666 foi e é um dos mais interessantes fragmentos de inspiração do autor em “Esconderijos do tempo” e pergunto aos amigos e admiradores da boa poesia se, acaso realmente houvessem, alguns quadros aleatórios de Monet, Da Vinci ou Rembrandt sendo pincelados por um sujeito que simplesmente achou que – faltariam flores ou cores em “La Promenade”, resolveu que “Monalisa” agora possuiria sobrancelhas ou apenas – por distração – se pressupõe, resolvera pincelar a lição de anatomia do Dr. Tulp.
Tudo é claro, com tinta têmpera.
Depois disso, nada melhor do que se deliciar com a verdadeira poesia. Essa vai de brinde. Abraços a todos…
Seiscentos e Sessenta e Seis
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre, sempre em frente…
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
( Mario Quintana )
(Poema publicado originalmente no livro Esconderijos do Tempo, conferido e digitado por mim mesmo de Poesia Completa – Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005, p. 479)
Desculpe, mas isso não é do Mário Quintana, Pode-se conferir aqui: http://www.rosangelaliberti.recantodasletras.com.br/blog.php?idb=8951