“Liberation is for those who react correctly to given reality, not to their own, or other people’s notions and fancies. Enlightenment is not for the Quietists and Puritans who, in their different ways, deny the world, but for those who have learned to accept and transfigure it. Our own private silences are better, no doubt, than the heard melodies inflicted upon us by the jukebox. (…)”
~ Aldous Huxley, em “Tomorrow and Tomorrow and Tomorrow”
Reflexão-chave para a vida humana (uma das melhores que li esse ano), esse parágrafo faz parte de um ensaio de Aldous Huxley chamado “Tomorrow and Tomorrow and Tomorrow” que, entre outras belas coisas, fala do que conscientemente não buscamos mas que acaba “acontecendo” a nós – “the heard melodies inflicted upon us by the jukebox“. O Lin-Chi tem uma frase que diz “If you live the sacred and despise the ordinary, you are still bobbing in the ocean of delusion”. Mas não é exatamente uma questão de aguentar/suportar/tolerar o ordinário, como se ele fosse um defeito do mundo a ser conquistado ou algum pedágio obrigatório por viver, mas de aceitá-lo tão completamente, sem prevê-lo, sem exigi-lo (embora isso não exclua, nem deva, sua parte ativa nessa criação), que nada escapa à sua vontade consciente de experimentá-lo — mais do que forçosamente querer isso e aquilo. Ao mesmo tempo, o conteúdo dessa frase obriga a uma compreensão das questões da realidade objetiva ser uma decorrência da criação subjetiva, da capacidade do ser humano de entender o que acontece à sua volta e do problema do sofrimento da mente humana.
Isso que “acaba acontecendo a nós” = mundo = vida.
Feliz 2009!
Palavras sábias. Nem quero pensar muito sobre elas, e sim viver o imponderável que vai me fazer refletir agindo. E escutando a jukebox. Tenha um belo 2009 junto com os seus amados!
embora não concorde com certas coisas do Huxley (já li bastante dele), isso aí foi fantástico.