“A criação do homem requereu, é indubitável, a reunião de inúmeros detalhes, cada qual mais importante, para que o ente humano, situado em posição superior à dos demais seres viventes, dispusesse de todas as facilidades que possam ser dadas a uma criatura dotada de inteligência, sentimentos e vontade. O desconhecimento da enorme quantidade de elementos que o completam em sua complexa estruturação mental, psicológica e espiritual, sempre foi e é causa dos maiores dissabores e angústias por ele sofridos. É que a pretensão científica o levou sempre a estudar em outros o que ele deveria ter procurado descobrir dentro de seu mundo interno. Essa cômoda posição de filosofar sobre os semelhantes, sem se preocupar em inquirir seriamente a respeito de quanto ocorre em cada recanto do seu próprio ser pensante e sensível, interpôs uma espessa cortina de fumaça entre as possibilidades e os anelos humanos de superação. A veleidade, assenhoreando-se da vida do homem, veio reprimindo em todos os seus nobres impulsos de aperfeiçoamento individual; aperfeiçoamento que inclui, necessariamente, o conhecimento de si mesmo, apregoado pelo ilustre grego, que agora a sabedoria logosófica ensina a realizar, guiando o homem pelo verdadeiro caminho experimental exigido para sua obtenção. Fica então estabelecido que o que até aqui se manteve no plano do abstrato, o que permaneceu inacessível à aspiração humana, é hoje uma realidade inteiramente alcançável.”
~ Carlos Bernardo González Pecotche, pensador argentino fundador da Logosofia, @ “El Mecanismo de la Vida Consciente” (1956)
A cortina de fumaça do homem moderno
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