A mudança, a evolução (pro alto e avante) é um presente que se oferece a todo instante pra nós. Sempre que a gente escolhe MANTER UMA ROTINA, a gente escolhe MORRER UM POUQUINHO, porque matamos a ESPONTANEIDADE DO MOMENTO que, como diz o guru, possui “infinitas possibilidades”. O Dharma, a Lei Suprema, é um cometa que não pára, que queima, que circunda órbitas sempre diferentes, e não fica apegado a um mesmo planeta sempre. Frear o espaço à sua frente, negar o passo seguinte, repetir os dias, é adharma. É doença. A frase “a vida como era antes foi o que levou-a ao ponto de ter desenvolvido um câncer” é ótima, óbvia, e temo que vá ser confirmada muitas e muitas vezes ainda.
Lendo esse teu post eu notei outra coisa: o movimento essencial de quem quer se armar é, em geral, o de se ISOLAR. Essas pessoas vão se “desresponsabilizar” pela ineficiência do Estado, da polícia, vão se omitir de fazer, de votar e de fiscalizar um país melhor e mais seguro (como se dissesse “eu já tenho a minha arma, o resto é problema deles”). Quando houver um novo problema de violência ou insegurança, vão cruzar os braços, e provavelmente dizer algo como “viu? ainda bem que eu tenho a minha arma?”. Ou seja, os movimentos de consciência, de fiscalização, de união da sociedade civil, e possivelmente até de voto mais ético, moral, mais rigoroso, podem ser diluídos pelo isolacionismo do armamento. Afinal, o voto contra o desarmamento também é o escolhido por muitos céticos, que não acreditam em mais nada, não acreditam na possibilidade do Estado melhorar, do governo fazer algo eficaz. Aí nós empossamos um Estado novo a cada quatro anos e viramos as costas pra ele, e pra todo o resto.
O jeito que tu (Bia) vês as crianças na rua é o jeito que tu votas. Porque tu não te isolas, tu vês um pouco de ti no outro.