Relâmpagos, Ferreira Gullar

“Certas coisas meramente cerebrais são meio satânicas. “Ulisses” é uma delas. Demônio não tem afeto. É só cérebro. Você faz uma obra tim, ton (imitando sons) e diz que é arte. É nada. A arte não, tem alguma coisa de anjo. Há quem chame de gênio o John Cage e aquela coisa toda da música feita de silêncio. Que gênio que nada. Vá tomar banho.”

Ferreira Gullar, “o maior poeta brasileiro vivo”, e bem-humorado, em entrevista na Folha por ocasião do lançamento de “Relâmpagos“, livro de ensaios sobre a arte que será lançado ano que vem.

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3 replies on “Relâmpagos, Ferreira Gullar”
  1. Achei uma burrada enorme do Ferreira Gullar : apesar do contexto ser outro , endemoniar o ‘Ulisses” fica parecendo coisa dos americanos e ingleses que nos anos vinte proibiram sua publicação e queimaram vários exemplares … Não só o livro é poético como a tradução de Antônio Houaiss é brilhante !!!

  2. …continuando : Concordo com o conteúdo da entrevista do Gullar : acho que a vanguarda está morta e que a arte sensorial levou as artes plásticas para o beco sem saída das instalações ( que hoje viraram matéria de faculdade ) , só que se é para falar mal do Joyce tem que falar mal também do Guimarães Rosa , dos irmãos Campos , e etc . Se é pra falar mal do John Cage tem que falar mal do Smetak , … e a coragem ???
    Eu acho que são todos grandes escritores , grandes criadores … Na verdade a briga entre os Concretos e os neo-concretos é muito mais política de artística ( um dos grupos era ligado ao Partido Comunista e o outri não ( vou escrever isto no meu blog )
    Um abraço

  3. says: nando

    acho que a questão não é “falar mal”, é mostrar a pouca importância num tipo de contexto, que é a visão perspectiva e o sentigo geral da arte. sem tirar seus belos momentos, suas proezas técnicas, sua inspiração legítima. se o john cage tem que tomar banho, pode ser, mas esse banho é necessário pra todo mundo, pra arte.

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