Uma parábola do escritor americano Richard Bach, autor de “Fernão Capelo Gaivota” (1970), do livro “Ilusões, as Aventuras de Um Messias Indeciso” (1977), que apresenta uma versão sobre o que é a liberdade do homem e a criação de mitos sobre salvadores e messias nas culturas humanas. É deste livro também a bela citação que diz ?”O que a lagarta chama de fim do mundo, o mestre chama de borboleta” – publicada na página deste blog no Facebook no ano passado.
“Certa vez vivia um povo no leito de um grande rio cristalino. A correnteza deslizava silenciosamente sobre todos eles, jovens e velhos, ricos e pobres, bons e maus. E a correnteza seguia seu caminho, alheia a tudo que não fosse sua própria essência de cristal.
Todas aquelas criaturas se agarravam como podiam aos ramos e às pedras do leito do rio, porque sua vida consistia em se agarrar e porque todas elas, desde o berço, tinham aprendido a resistir à correnteza. Mas por fim uma das criaturas disse: “Estou farta de me agarrar. Mesmo que meus olhos não vejam o que há pela frente, confio que a correnteza saiba para onde vai. Vou me soltar e deixar que ela me leve pra onde quiser. Se eu continuar aqui, imobilizada, morrerei de tédio!”
As outras criaturas riram e exclamaram: “Tola! Se você se soltar, essa correnteza que você venera a lançará, aos trambolhões e feita em pedaços, contra as pedras. Ela a matará mais depressa que o tédio.” Mas ela não lhes deu ouvido. Inspirou profundamente e se soltou. A correnteza lançou-a com violência contra as pedras, mas a criatura, embora machucada, estava decidida a não se agarrar novamente. E então a correnteza a trouxe à tona e ela não mais sofreu nem se lastimou.
As criaturas que viviam rio abaixo e não a conheciam exclamaram: “Vejam, um milagre! Uma criatura igual a nós, e no entanto voa nas águas! Olhem, é o Messias que veio nos salvar!” E a que que tinha sido arrastada pela correnteza respondeu: “Não sou mais Messias do que vocês. O rio gosta de nos fazer voar, com a condição de que ousemos nos soltar. Nossa verdadeira missão na vida é esta viagem, esta aventura”.
As outras continuaram gritando, cada vez mais alto: “O Salvador! O Salvador”, mas ainda agarradas às pedras. E quando levantaram os olhos, ela tinha desaparecido. Ficaram sozinhas, criando lendas sobre um Salvador.”
~ Richard Bach, “Ilusões – As Aventuras de um Messias Indeciso” (1977)
“O elo que une a tua verdadeira família não é de sangue, mas de respeito e alegria pela vida uns dos outros.
Raramente os membros
de uma família crescem
sob o mesmo teto”
*Donald Shimoda* (o Messias Hiponga)
Aproveitando uns mins. estava lendo Almovódar (em papel…hmmm!) e aí chegou – p/Dharmalog -, o Messias, a pena azul(a lembrança de sua comprovação)e suas Parábolas, tudo de rodão e de memória. Sensação de sintonia fina, de encaixe perfeito, até mesmo “pazes feitas” com o término do “Ilusões”.
Valeu e eu agradeço.
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R.Bach faz niver amanhã:nascido em 23 de junho de 1936.
Obrigado, Nando!
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Maravilha!… muito instrutivo.
Já li Fernão Cpelo Gaivota ha mai de 30 anos e depois Ilusões, fantástico é como ele nos faz acreditar que tudo é possível.
Curiosamente.. conheci Ilusões por algumas frases dele que estavam coladas na geladeira daonde eu trabalhava … encontrei o restate do livro pelo caminho…. como se fosse para ser..