O manifesto de consumo certificado da bióloga Juliana Ferreira: “pra que mãos vai nosso dinheiro?”

Temos a obrigação de saber de onde vem os produtos de madeira que compramos“, afirma a bióloga e TED Talker Juliana Machado Ferreira. “Você está dando dinheiro e lucro para as mesmas pessoas que assassinaram Zé Cláudio, sua esposta, Irmã Dorothy e estão constantemente estuprando nossa biodiversidade?”. O consumo consciente é uma das principais atitudes práticas diárias que podemos ter, que muitos de nós ainda infelizmente não fazemos, e é o que a bióloga pede urgentemente em dois manifestos relacionados ao assassinato do ambientalista e extrativista José Cláudio Ribeiro da Silva: um no dia 8 de fevereiro deste ano (“Killing a tree is murder“), após a palestra dele no TedXAmazonia, e outra na última terça-feira (“Blood in our hands“).

O primeiro manifesto:

Não vamos comprar produtos florestais sem uma origem muito certa, não vamos ser cúmplices do assassinato de Zé Cláudio e da destruição da floresta Amazônica.
Vamos dar voz ao apelo emocional de Zé e não vamos permitir que ele siga o horrível destino da Irmã Stang.
Vamos enviar o discurso de Zé através dos ventos para os quatro cantos do mundo, vamos mostrar sua cara, vamos prestar atenção ao que está acontecendo em Marabá. Vamos trazer Zé para falar em todo o mundo, mesmo no TED, vamos transformar Zé num embaixador da Amazônia, e talvez dessa maneira ele possa estar um pouco mais protegido.
Não vamos deixar que Zé dê sua vida, afinal de contas, todos somos responsáveis pelo desflorestamento e exploração excessiva da floresta Amazônica.
Confio na força dessa comunidade internacional, e Zé depende dela.”

E o segundo, terça-feira, dia 24:

“Escrevi como um pedido de ajuda, eu queria mostrar a situação de Zé Cláudio. Queria que o mundo visse sua luta porque ele estava lutando por todos nós. Bem, na manhã de terça-feira, 24 de maior de 2011, Zé Cláudio e sua esposa foram assassinados em sua casa em Nova Ipixuna, Pará. E sei que todos temos sangue nas mãos. Deixamos que isso acontecesse.
Agora eu peço que o mundo não deixe a morte deles ser em vão. É hora de pararmos de ignorar o que está acontecendo na Amazônia Brasileira por diplomacia. E é hora de nós parar de pensar que não temos nada a ver com essa situação. Temos a obrigação de saber de onde vem os produtos de madeira que compramos. Você está dando dinheiro e lucro para as mesmas pessoas que assassinaram Zé Cláudio, sua esposta, Irmã Dorothy e estão constantemente estuprando nossa biodiversidade? É o nosso dinheiro que faz isso tudo ser lucrativo. É nossa responsabilidade estarmos atentos do que estamos comprando.

Meu coração está triste e minha fé na humanidade está por um fio”.

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